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Fundição mineira em recuperação.

Publicada em 2012-02-02



Após encerrar 2011 com desempenho abaixo do esperado, o setor de fundição comemora os resultados alcançados no primeiro mês deste exercício. De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria da Fundição no Estado de Minas Gerais (Sifumg), Afonso Gonzaga, o setor deve fechar janeiro com produção de cerca de 85 mil toneladas de ferro fundido, quantidade 41% superior à produção nos piores meses do exercício do ano passado – agosto e setembro -, que foi 60 mil toneladas.

Segundo ele, caso a estimativa se confirme, o resultado representará os primeiros sinais de recuperação da normalidade do setor, já que a média produzida pelas 398 empresas de fundição do Estado varia entre 80 mil e 85 mil toneladas fabricadas por mês. “Grande parte desta demanda diz respeito aos pedidos feitos em dezembro, já que o segmento trabalha por encomenda”, diz. O desempenho foi puxado pelos setores automotivo, saneamento básico e utensílios domésticos.

Gonzaga destaca também que, quando comparado com o primeiro mês de exercício passado, o resultado é praticamente estável, uma vez que naquele período a produção ficou pouco abaixo dos 85 mil toneladas. A principal diferença entre os dois períodos, ressalta, “é a base de comparação. Para se ter uma ideia, em 2010 a produção do setor superou em 20% a verificada em 2009”.

Desta maneira, o presidente do Sifumg acredita que o crescimento médio de 8,5% apresentado pelas empresas de fundição do Estado no acumulado do ano passado na comparação com 2010 (inicialmente era aguardada alta de 12,5%) se repita neste exercício. Em 2011, a produção de ferro fundido chegou a 1,02 milhão de toneladas, Caso a estimativa de Gonzafa se confirme, a produção deverá ultrapassar 1,106 milhão de toneladas neste exercício.

O otimismo se deve não só ao desempenho apresentado no primeiro mês deste ano, mas também à continuidade do aquecimento no mercado interno, principalmente por parte da indústria automotiva, uma vez que as fabricantes de autopeças respondem por 60% das vendas das fundições no Estado.

Outro fator que corrobora as expectativas do dirigente é a parceria firmada nesta semana entre a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais, (Sebrae-MG), o governo do Estado e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O projeto prevê o financiamento de R$ 3 milhões a serem investidos na melhoria da gestão de pessoas e empresas e aumento da produtividade do setor em Minas Gerais.

“Estamos na fase de contratação das empresas de consultoria e a expectativa é que em março sejam iniciados os trabalhos junto às empresas do setor”, diz.

O principal entrave enfrentando atualmente pelo segmento diz respeito às exportações, que vêm sendo altamente prejudicadas pela sobrevalorização cambial, que provoca a redução da competitividade das indústrias no mercado internacional.  Conforme Gonzaga, em 2011 a queda nas vendas externas chegou a 9%, considerando somente as vendas para os Estados Unidos, principal mercado fora do Brasil. Atualmente, o peso das vendas para outros países, que já chegou a 22% do total produzido, é de apenas 11%.


Fonte: Diário do Comércio