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Brasil - Gigante da sucata amplia operações.

Publicada em 2012-03-12



O que para muita gente é lixo, para a Trufer, de Diadema, é dinheiro. Uma das maiores empresas de comércio de sucata de ferro da América Latina, a companhia cresce ano a ano, com base em investimentos em tecnologia e na percepção de que a utilização de material reciclado pelas indústrias está, cada vez mais, na ordem do dia. A companhia, em 2011, registrou expansão de 20% nas vendas frente a 2010 e projeta alta de mais 15% em 2012 em relação ao ano passado.

Além disso, a empresa sucateira, fundada em 1954 em Diadema - onde ocupa área de 50 mil m² - e que tem filiais em Taubaté, no interior do Estado; em São José dos Pinhais (PR) e em Contagem (MG) - esta última aberta no ano passado - planeja montar sua quarta unidade neste ano, desta vez na região de Campinas. A intenção é ter espaço de mais de 30 mil m². "Estamos tentando benefícios de impostos com as prefeituras", diz o gerente de compras, Luís Gustavo Olichefcki.

Investimentos

O aporte de recursos para modernização e aumento da capacidade de processamento têm sido contínuos, ressalta Olichefki. A empresa acaba de renovar 80% da frota de caminhões e de adquirir uma prensa móvel importada da Bélgica, que vai permitir minimizar gastos com frete, por possibilitar trazer a sucata dos clientes já prensada. A Trufer conta com 120 caminhões, mais de 1.000 caçambas (que ficam nos clientes para que eles depositem o material a ser retirado) e ainda escavadeiras, enfardadeiras, empilhadeiras, eletroimãs e uma trituradeira Shredder, com capacidade para processar 80 toneladas de sucata ferrosa por hora. Essa última máquina, poucas empresas do ramo possuem. "Quando trouxemos (em 2006), só as siderúrgicas tinham", cita Olichefcki.

O investimento em equipamentos e também em treinamento dos cerca de 350 funcionários, por exemplo, em programas de gestão - a empresa tem certificado ISO 14001 -, se justifica, segundo o gerente de qualidade, meio ambiente e produção, Luciano Theophilo Filho. "A atividade deixou de ser amadora, para ser algo muito profissional", assinala.

Ele afirma, por exemplo, que as fundições pedem análise química da sucata que vão utilizar. Entre os clientes, constam ainda siderúrgicas, do Brasil e do Exterior. A Trufer exporta hoje para leque amplo de países, entre os quais, China, Índia, Japão, Paquistão, Afeganistão e Estados Unidos.

Na outra ponta, a empresa se abastece com material de mais de 400 pequenas sucateiras e ainda recebe retalhos de estamparia de montadoras, indústrias de autopeças e de eletrodomésticos. Protótipos e carros de testes também são enviados pelas fabricantes para serem destruídos em suas instalações.

Material explosivo

A Trufer realizou, na semana passada, um dia de treinamento com 26 sucateiros fornecedores, para orientar em relação à necessidade de separação de materiais que podem gerar explosão durante a trituração da sucata, como botijões com resquício de GLP (gás liquefeito de petróleo). Segundo o gerente de compras, a intenção é alertar para o risco não só para os funcionários, mas também para outras pessoas que manuseiam ou ficam perto desses produtos.
Leone Farias


Fonte: Diário do Grande ABC