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China freia e preço de minério desaba.
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As exportações brasileiras para a China sofreram uma forte desaceleração. No acumulado em 12 meses até abril, as vendas do Brasil para o gigante asiático cresciam 29,5%. No quadrimestre, a alta foi de apenas 5%. E, em abril, os embarques caíram 2,9%.
Três produtos representam mais de 80% das vendas para a China: minério de ferro, soja e petróleo. Conforme os últimos dados disponíveis, de janeiro a março, as exportações de minério e de petróleo para os chineses caíram 12% e 17%, respectivamente. Já os embarques de soja tiveram um excelente desempenho com alta de 126%.
Segundo José Augusto de Castro, vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), o consumo interno de aço na China caiu por causa da desaceleração da economia, o que reduziu a demanda por minério. "Só que uma leve queda na China tem um impacto muito grande, porque o país produz metade do aço mundial", diz.
Nos dois primeiros meses do ano, as exportações de minério de ferro da Vale foram prejudicados pelas fortes chuvas em Minas Gerais, mas o ritmo de embarques já foi restabelecido em março e abril. O problema agora é a forte redução nos preços.
No mês passado, a cotação média da tonelada de minério vendida pelo Brasil para o mundo caiu 21% em relação a abril de 2011, de US$ 127 para US$ 100. Em teleconferência com analistas, os executivos da Vale mantiveram o otimismo e defenderam que a desaceleração da economia chinesa, iniciada no final do ano passado, já está chegando ao fim.
Outros analistas acreditam que a perda de fôlego do dragão asiático será lenta e gradual, mas contínua. No primeiro trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) chinês cresceu 8,1% comparado com igual período em 2011. O ritmo foi menor que a alta de 8,9% do quarto trimestre.
A previsão do governo chinês é que a economia avance 7,5% em 2012. No ano passado, a meta era 8%, mas o crescimento ficou em 9,2%. A China está sendo afetada pela fraca demanda da Europa e dos Estados Unidos.
Commodities. De acordo com Fábio Silveira, sócio-diretor da RC Consultores, não são apenas os preços do minério que estão caindo, mas de várias matérias-primas exportadas pelo Brasil.
"Não há como escapar de uma queda nos preços das commodities, porque o PIB mundial está caindo", diz Silveira. Ele projeta que o CBR (Commodity Research Bureau ), principal indicador global da cotação das matérias-primas, vai cair 7% este ano.
Por enquanto, as únicas exceções tem sido os preços da soja e do petróleo, que se mantém robustos, ajudando a evitar um desempenho ainda mais fraco da balança comercial brasileira. As cotações da soja, inclusive, atingiram recordes históricos.
Silveira explica que soja e petróleo são mercados mais líquidos e, por isso, sujeitos à ação de especuladores. Ele acredita que uma parcela dos recursos injetados pelo Banco Central Europeu para reanimar a economia da região migrou para esses mercados. "Mas mesmo o fôlego da soja e do petróleo está acabando."
Rafael Bistafa, economista da Rosemberg & Associados, afirma que o fraco desempenho da balança comercial brasileira reflete a menor demanda internacional. "É uma nova tendência para as exportações", defende.
A recente valorização do real pode dar algum alento às exportações brasileiras, principalmente de manufaturados, mas uma recuperação importante só é esperada para 2013. No mundo, a previsão da OMC é de melhora nas trocas globais em 2013 e uma recuperação mais forte em 2014, quando a economia europeia pode retomar o crescimento.
Fonte: O Estado de São Paulo
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