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Impacto do aço no custo dos carros será de 7,8%

Publicada em 2010-04-23



O custo de produção dos carros deve subir 7,8% como conseqüência no avanço dos preços de insumos como o aço e o carvão utilizados na produção do aço. A informação é do diretor de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco, Octavio de Barros. Durante o Fórum da Indústria Automobilística, promovido por Automotive Business na segunda-feira, 12, ele disse que o impacto do aumento do minério sobre o preço do aço será da ordem de 22% a 23%.

Barros explicou que o minério de ferro representa 12% do custo de produção do aço e este ano deve ter o preço elevado em 90%. Em 2009 houve um recuo de 35,2% e em 2008 uma elevação de 65%. O minério registrou aumentos anuais sucessivos entre 2003 e 2007: 9%; 18,3%; 72,3%; 19% e 9,5%

Sérgio Leite de Andrade, vice-presidente de negócios da Usiminas, não confirmou índices de reajustes durante a palestra que proferiu, mas antecipou que os executivos de sua área passarão a negociar novas bases para o fornecimento do aço. Os preços devem variar para cada cliente, em função de volumes e condições de entrega.

Andrade confirmou, ainda, que os reajustes no preço do minério de ferro passam a ser trimestrais, tornando difícil prever o comportamento das negociações ao longo da cadeia de produção e distribuição do aço. Letícia Costa, sócia-diretora da Prada Assessoria, também enfatizou a falta de previsibilidade no comportamento dos preços pelos players da cadeia de produção.

Visivelmente constrangido com os acontecimentos internos na Usiminas, Andrade manifestou a Automotive Business confiança na retomada do processo de transformação na empresa. Enquanto ele fazia sua apresentação no Hotel Sheraton WTC, em São Paulo, chegava a notícia da substituição do presidente Marco Antonio Castello Branco por Wilson Brumer, atual presidente do conselho de administração.

Paulo Butori, presidente do Sindipeças, admitiu que as associadas da entidade já negociam aumentos de 12%, na média. Preços novos estão sendo praticados pelas distribuidoras, que atendem as pequenas e médias empresas do setor. “Temos dificuldade em repassar esses custos às montadoras” – revelou o executivo, lembrando que essa situação se repetiu ao longo dos últimos anos.

Arnaldo Meschnark, presidente do Sindiforja, disse que os aumentos do aço representam mais um fator a diminuir a competitividade das empresas locais, junto com a relação cambial e o custo Brasil. Para ele, a soma de tudo isso não estimula investimentos no setor. Segundo o dirigente, que é também diretor da ThyssenKrupp, o aço representa até 60% do custo de peças forjadas.

Diretores de compras das principais montadoras disseram que não é possível antecipar o impacto final do aumento do aço sobre o preço dos carros. Jackson Schneider, presidente da Anfavea, no entanto, registrou que o repasse será inevitável.


Fonte: Automotive Business