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Minério de ferro a US$ 150 por tonelada é insustentável.
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A escalada do preço do minério de ferro nos últimos quatro meses, em alta de mais de US$ 50 por tonelada, não deve se sustentar até o final do ano. Ainda assim, especialistas têm elevado suas perspectivas para o preço médio da commodity para o final do ano, refletindo a melhoria de percepção em relação à economia chinesa.
O HSBC, por exemplo, aumentou suas projeções para os preços de minério de ferro em 2013, de US$ 105 para US$ 123 por tonelada, com base na análise de que o mercado provavelmente está sendo impulsionado pelo reabastecimento sazonal das siderúrgicas chinesas.
No curtíssimo prazo, os preços devem se manter na atual cotação - entre US$ 148 e US$ 150 a tonelada - segundo Pedro Galdi, estrategista-chefe da SLW Corretora, graças ao feriado do Ano Novo chinês.
'Historicamente, a China mantém seus estoques de minério de ferro em patamares próximos a 75 milhões de toneladas. Até o dia 9 de fevereiro, quando tem início o feriado, as mineradoras tentarão chegar a esse número, mantendo a demanda aquecida e, consequentemente, os preços em alta. No retorno do Ano Novo chinês, dia 16, é que devemos ver volatilidade nas cotações', explica.
Galdi acredita que, passado esse período, a cotação oscile entre US$ 120 e US$ 140 a tonelada até o final do ano. 'O piso é em US$ 120 a tonelada porque é o custo de produção na China', diz, lembrando que o minério de ferro chinês é muito pobre em ferro contido e precisa ser misturado a um minério com concentração mais alta de ferro contido para ser entregue às siderúrgicas locais.
'Se a China mostrar que conseguiu aquecer o consumo interno, a demanda pela commodity continuará aquecida.'
Karina Freitas, analista da Concórdia Corretora, aposta em um preço médio de US$ 130 a tonelada. 'Não acredito que os US$ 150 se sustentem em um período muito longo. Pode vir um esfriamento ao longo do ano, dado que o cenário internacional ainda não é consistente', diz.
Essa projeção, assim como a de Galdi, indica que o preço médio em 2013 deverá atingir patamares mais elevados do que em 2012, ano no qual o insumo chegou a ser negociado abaixo de US$ 90 por tonelada, no menor patamar desde 2009.
O sócio da consultoria A.T. Kearney, Dario Gaspar, preferiu adotar um tom de cautela. 'Não dá para ter certeza em quanto chegará o preço do minério de ferro ao final do ano. A única certeza que temos é que veremos volatilidade nesse período', afirma, ressaltando, assim como os demais especialistas, que tudo dependerá da demanda chinesa e do desenrolar da crise europeia.
Impacto nas ações
Apesar da alta do preço da commodity no mercado internacional, as ações da Vale não têm acompanhado esse movimento no curto prazo.
De setembro, quando o preço do minério de ferro atingiu a mínima de US$ 86 a tonelada, até hoje, os papéis preferenciais série A da mineradora brasileira avançaram apenas 3%. Já o insumo subiu 72% no mesmo período de comparação.
'As ações não acompanham apenas o preço do minério de ferro. Há outras questões envolvidas, como o imbróglio envolvendo a cobrança de royalties pelo governo no valor R$ 4 bilhões - na semana passada, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, voltou a dizer que cobrará esse valor da mineradora brasileira - e a compra da CSA pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN)', destaca o estrategista da SLW.
Isso porque, segundo ele, Vale e CSN participariam do bloco de controle da CSA, sendo que a Vale tem contratos de fornecimento de minério de ferro firmados com a CSA. 'Com a entrada da CSN no capital da siderúrgica, ela vai querer esse filão', ressalta.
Ainda assim, as apostas são de alta para as ações da Vale até o final do ano. Galdi diz que os papéis devem fechar o ano próximo a R$ 45, o que representaria uma alta de 18% em relação a cotação atual. Já o HSBC é um pouco mais otimista: aposta em que os papéis cheguem a R$ 52,50 até o final do ano, o que significaria uma valorização de 38% ante o preço atual.
Fonte: Brasil Econômico
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