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Setor de ferro gusa estima produção maior para este ano.

Publicada em 2013-03-19



Com a projeção de crescimento maior da economia, o setor de ferro-gusa estima uma produção maior neste ano do que a alcançada em 2012. Porém, por mais otimista que estejam os representantes do segmento, o retorno aos mesmos patamares do período pré-crise não deverá se tornar uma realidade ainda em 2013.

Segundo informações do Sindicato da Indústria de Ferro de Minas Gerais (Sindifer), o ano de 2012 fechou estável com uma produção de 3,7 milhões de toneladas, o mesmo alcançado em 2011. Porém, as expectativas iniciais eram de se conquistar uma alta de 10%. Já as exportações fecharam em 800 mil toneladas em 2012, menos do que as 900 mil toneladas do exercício anterior.

O grande objetivo do setor atualmente, segundo o presidente do sindicato, Fausto Varela, é alcançar o mesmo volume de produção de 2007, antes da crise econômica mundial. Na época, foram produzidas 5,5 milhões de toneladas de ferro-gusa. Desse total, 3,5 milhões de toneladas foram vendidas no mercado externo.

Porém, com a crise econômica, a demanda internacional do insumo teve uma retração. 'O que mais pesou para o setor foi a queda das exportações, que tinham uma representatividade muito grande no volume produzido', afirma. O impacto imediato foi o encolhimento do segmento em Minas Gerais. Atualmente, apenas 40% da capacidade produtiva está operante e grande parte das empresas fecharam as portas ou simplesmente abafaram os fornos e passaram a atuar em outros segmentos enquanto o mercado não se recupera. Para se ter uma ideia, dos 102 altos-fornos instalados nos polos guseiros do Estado, principalmente em Sete Lagoas e Divinópolis, menos de 70 permanecem ativados. Com isso, os postos de trabalho passaram de 20 mil empregos diretos, alcançados pelo segmento em 2007, para os atuais 9 mil.

Expectativa - Para 2013, mesmo depois de anos de perdas seguidas, as expectativas do segmento são positivas. E as justificativas são inúmeras, segundo Varela. Uma delas é a projeção de um crescimento da economia brasileira acima dos 0,9% alcançados em 2012, que deverá culminar em aumento da demanda interna. Somado a isso, espera-se que estímulos governamentais, como a desoneração da folha de pagamentos, comecem a surtir efeitos para os empresários do setor.

'Esperamos que os países que estão em crise tenham uma melhora para levarem a um aumento das exportações e que a nossa competitividade aumente para que possamos vender mais', afirma.

Mas, ainda há alguns entraves para que a produção de ferro-gusa chegue aos patamares pré-crise, como a necessidade de aumento da competitividade. Alta carga tributária e elevado custo da mão de obra são alguns dos fatores que penalizam o setor. Além disso, uma carga tributária alta também colabora para que a concorrência com Rússia, Ucrânia e China se torne cada vez mais difícil de ser vencida. Por fim, a própria situação econômica mundial de incertezas impede um ano com resultados melhores do que os de 2007 para o segmento.

Caso a expectativa positiva se confirme para este ano, há chances de algumas empresas retomarem a produção. 'Existem fornos que estão apenas paralisados e que portanto podem ser reativados em caso de melhora do setor. Mas é preciso termos sinais bastante consistentes, o que ainda não é uma realidade', afirma.

 


Fonte: Diário do Comércio



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