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Autopeças ganham proteção e máquinas sofrem com a China

Publicada em 2010-05-06



O pacote anunciado ontem pelo governo (leia na página A-3) traz uma boa notícia para o setor de autopeças, ao   prever a redução do desconto no Imposto de Importação do setor. O objetivo do pacote é  preservar a indústria brasileira, ameaçada pela concorrência dos importados. Segundo Miguel Jorge, ministro do Desenvolvimento, as alíquotas de importação têm um redutor de 40% para a montadoras, o que torna a importação mais barata por aqui. “No Brasil, o imposto está em torno de 10%, contra uma média de 14% no Mercosul”, falou.

Ele diz, ainda, que a medida criará mais empregos. “A indústria automobilística tem alto conteúdo nacional, de mais de 90% de insumos brasileiros. Mas, nos últimos anos, o setor de autopeças estava com déficit comercial”, afirmou.

O setor deve comemorar o anúncio, já que pleiteava a medida há anos. Na última semana, Paulo Butori, presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), contou que o déficit na balança comercial das autopeças saltou de US$ 2,8 bilhões em 2008 para cerca de US$ 3,6 bilhões, pesando no desempenho setorial, em virtude do peso da importações de autopeças pelas fabricantes de veículos.

Máquinas

Outro setor que deve bater à porta do ministro do desenvolvimento para solicitar medidas que freiem a entrada de produtos concorrentes no País é o de bens de capital. “Não nos referimos à entrada de máquinas para o desenvolvimento da indústria nacional e sim a concorrência desleal com a nossa produção”, afirmou Carlos Pastoriza, diretor da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) ao divulgar o avanço de 5% no déficit na balança comercial setorial.

O executivo contou que com o câmbio desfavorável, a escalada dos produtos asiáticos acelerou no Brasil, sendo que os chineses, que não estavam nem entre os 10 principais países que exportavam máquinas para o Brasil, devem este ano, ultrapassar a Alemanha, segunda colocada no ranking.

Pastoriza disse ainda que a alta do juros, o que colocou como sendo “um tiro de canhão” pode ainda impactar negativamente o setor, ocasião em que confirmou que a entidade pretende encontrar-se com Miguel Jorge na próxima semana. Se, por um lado, a Abimaq coloca suas preocupações, por outro, o desempenho do setor foi positivo no primeiro trimestre, com uma subida de 20% no faturamento, que ultrapassou os R$ 16 bilhões, em relação à 2009.


Fonte: DCI