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Preços do aço são reajustados no Brasil.

Publicada em 2013-08-21



O preço do aço nas siderúrgicas brasileiras acompanhou o dólar e iniciou escalada de alta. Ontem, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) anunciou aumento médio nos preços da ordem de 6% junto às distribuidoras, valores que deverão entrar em vigor na próxima sexta-feira. A elevação ocorre logo após as concorrentes, Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas) e ArcelorMittal, terem efetivado reajustes.

Segundo fontes de mercado, com a nova tabela de preços da CSN, a bobina a quente ficará 6,75% mais cara. O laminado a frio será reajustado em 5,5%. Além disso, a bobina galvanizada passará a ser vendida com valores cerca de 6,5% superiores e a galvalume, também 6,5%.

A alta anunciada pela CSN ocorreu exatamente no dia em que os reajustes de preços das outras siderúrgicas, anunciados na semana passada, foram efetivados. A Usiminas, por exemplo, aumentou os preços de laminados a quente em 7,6%. Já a ArcelorMittal elevou o valor do mesmo produto em 6,16%.

Segundo o mercado, além da alta no segmento de aços planos, distribuidores de aços longos também acusaram aumento dos preços por parte da Gerdau e ArcelorMittal.

Para o analista da SLW Corretora Pedro Galdi, a única justificativa para a elevação dos preços é a alta do dólar. 'A moeda norte-americana está chegando em recordes de cotação e, pelo que parece, deve manter a alta. O setor como um todo se beneficia com a alta do dólar', afirma. Apenas a Usiminas, que possui a dívida em dólar, não seria tão beneficiada com a atual cotação da moeda, segundo o analista.

O outro fator que poderia impulsionar os preços internos do insumo seria a demanda, que não está aquecida.

Dólar - Segundo informações do Instituto Nacional da Distribuição de Aço (Inda), as vendas de aços planos das distribuidoras ligadas à instituição caíram 1,7% no primeiro semestre deste ano frente ao mesmo período do exercício anterior. Isso porque o volume de vendas ficou na casa dos 2,144 milhões de toneladas, contra 2,181 milhões de toneladas no mesmo período de 2012.

O resultado, aquém do esperado, levou à redução, inclusive, da expectativa de crescimento em 2013. Enquanto havia uma projeção de aumento de 6% no volume de aços planos comercializados no país, agora a expectativa passou a ser de apenas 2,5% no mesmo período.

A expectativa é de resultado positivo no segundo semestre, mesmo com os seis meses iniciais do ano nada animadores, também explicada pela alta do dólar. Isso porque a valorização da moeda norte-americana deverá frear um pouco as importações, o que deve colaborar para aumento das vendas das distribuidoras presentes no mercado interno.

Para se ter uma ideia, enquanto o consumo aparente de aços planos teve queda de 1,1% entre janeiro e junho frente a igual intervalo de 2012, a importação indireta cresceu 14% na mesma base de comparação, segundo dados do Inda.

Apenas o segmento de autopeças, uma das maiores demandantes de aços planos no país, teve incremento de 14% nas importações no primeiro semestre em relação aos seis primeiros meses do exercício anterior.

Tatiana Lagôa


Fonte: Diário do Comércio