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As siderúrgicas brasileiras devem se beneficiar do aumento das vendas de exportação e domésticas neste ano, disse Enrico Glausch da trading Coutinho & Ferrostaal. Seu comentário foi feito durante o evento Latin American Steel Forum da Platts, em São Paulo.

Glausch disse acreditar que as exportações vão crescer além dos 8 milhões de t previstos pelo Instituto Aço Brasil (IABr), em virtude da desvalorização do real frente ao dólar. Na sexta-feira, a cotação fechou em 2,42 reais/US$ 1, contra 2,04 reais/US$ 1 no começo de janeiro, segundo o Banco Central do Brasil.

'Há muita movimentação nos portos. Acredito que o total das exportações pode chegar a 10 milhões de t', disse Glausch.

Ele disse ainda que o consumo doméstico deve receber um impulso de 7,7 milhões de t até 2016 por causa dos incentivos do governo, alguns relacionados aos eventos esportivos mundiais no país, além de outras iniciativas. O IABr projeta um consumo de 26 milhões de t em 2013, acima dos 25,1 milhões de t de 2012.

A Copa do Mundo da Fifa será realizada no Brasil em 2014, e o Rio de Janeiro vai receber os Jogos Olímpicos em 2016. As obras dos estádios e de infraestrutura vão exigir 5,2 milhões de t de aço, enquanto as olimpíadas vão exigir 1,3 milhão de t. 'Enquanto a Copa vai envolve vários estados, as olimpíadas serão concentradas no Rio de Janeiro, por isso a exigência menor. A maioria das obras dos estádios está sendo abastecida pela ArcelorMittal, cerca de 50%, e Gerdau, que tem contratos de fornecimento com quase todos eles.

O Brasil está concedendo incentivos também através de empresas públicas, como a Petrobras, que necessita de 670.000 t/ano de tubos e planos. A construção de um gasoduto entre a Bolívia e o Brasil também necessita de mais 540.000 t de aço.

Por fim, Glausch estima que serão necessários cerca de 770.000 t nos próximos seis anos para reduzir o déficit habitacional do país, que vem sendo atacado pelo programa Minha Casa, Minha Vida. O programa começou em 2009 e prevê a construção de 3 milhões de casas até 2014.