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Fabricantes de caminhões mantêm aposta no Brasil.

Publicada em 2013-11-06



O volume de negócios em 2013 não chegou a surpreender as montadoras de caminhões. Após a queda de 20% no ano passado, causada pela troca da tecnologia dos motores, o setor já esperava a recuperação, que deve ficar na faixa dos 10%. Mas, como ficou evidenciado durante a Fenatran, realizada na semana passada no Anhembi, o setor está bastante otimista com as perspectivas para os próximos anos, que podem ser ainda melhores se vingarem os programas de renovação de frota que estão em discussão em pelo menos três Estados: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Um reflexo desse otimismo são os novos investimentos anunciados por fabricantes de caminhões e ônibus no Brasil. O maior deles foi divulgado uma semana antes do evento, pela Mercedes-Benz, que irá destinar R$ 1 bilhão para a modernização das fábricas de Juiz de Fora (MG) e de São Bernardo do Campo (SP). Dias antes, a MAN Latin America já havia confirmado investimento de R$ 500 milhões na unidade de Resende (RJ).

Na Fenatran, uma das novidades foi o anúncio da Ford, que planeja investir R$ 670 milhões na área de caminhões até 2015, parte desse montante destinado ao desenvolvimento de produtos. Charles Camargo, gerente Nacional de Vendas, disse que 2013 é considerado um ano estável para a companhia, que tem boas perspectivas para o próximo ano, com a retomada de antigas linhas preparadas para o Euro 5, o que deve alavancar as vendas. "Em 2014 teremos a volta da linha CLF e a ampliação da linha Cargo. Enquanto o setor de caminhões deve ter crescimento médio de 6%, devemos crescer 15%", disse.

Também na Fenatran, durante coletiva de imprensa, Marcos Borba, vice-presidente da Iveco na América Latina, afirmou que o mercado brasileiro é um dos principais destinos dos investimentos da marca. Borba informou que a filial brasileira deve receber de 30 a 35% dos cerca de 1 bilhão de euros que a companhia irá investir no mundo no período 2012 - 2014. Os recursos serão empregados na ampliação do portfólio e desenvolvimento de novas tecnologias.

Já Roger Alm, presidente da Volvo na América Latina, no mesmo evento, preferiu destacar o crescimento da marca no País (um salto de 12,8% para 20,2% no market share) e não dar detalhes sobre possíveis investimentos no Brasil. No ano passado, porém, a empresa havia divulgado plano num total de US$ 500 milhões para o triênio 2013- 2015. Além disso, especula-se no mercado que o grupo sueco trabalha num projeto de trazer uma nova marca para o País (a Volvo é proprietária de três outras marcas de veículos comerciais: Mack, UD e Renault), que contaria com fábrica própria.

Em 2013, duas novas fábricas de caminhões entraram em operação no País. Em outubro, a holandesa DAF inaugurou em Ponta Grossa (PR), sua nona planta no mundo, na qual investiu cerca de R$ 450 milhões - o primeiro caminhão da empresa fabricado no Brasil, o extrapesado XF105, foi lançado na Fenatran 2013. Desde junho, a International está produzindo caminhões em Canoas (RS). Um dos modelos lá fabricados, o DuraStar 6x4, também foi apresentado no Anhembi.

Sem esquecer que três outras fábricas de caminhões estão em projeto nesse momento. Todas de marcas de origem chinesa. O mais adiantado deles é o da Sinotruk, que investirá cerca de R$ 300 milhões em Lages (SC) para produzir caminhões pesados a partir de 2015. A Metro-Shacman escolheu Tatuí, no Interior de São Paulo, para montar uma fábrica na qual investirá cerca de R$ 400 milhões para produzir caminhões pesados e extrapesados. A Foton anunciou recentemente que vai construir fábrica em Guaíba (RS), com investimento de R$ 340 milhões, para produzir caminhões leves e pesados.


Fonte: Usinagem Brasil