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Alta dos metais em fevereiro não deve se manter no restante do ano.
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Os principais metais não ferrosos tiveram um mês de fevereiro de ganhos, depois de terminarem 2013 no vermelho e começarem este ano com quedas em janeiro. Em média, os preços de cobre, alumínio, níquel, zinco, estanho e chumbo subiram 3,6% no mês passado, o que ainda não foi suficiente para anular totalmente as desvalorizações de janeiro deste ano. Em 2014, os metais ainda acumulam uma queda de 0,6%, na média.
Apesar de as notícias macroeconômicas não terem sido favoráveis aos metais industriais - com dados fracos da China e dos Estados Unidos -, estanho e zinco puxaram o grupo com altas mensais de 7,42% e 5,33%. Os dois metais estão atualmente com um balanço entre oferta e demanda mais apertado, o que levou ao aumento da cotação, diz o analista Bruno Rezende, da Tendências Consultoria.
Ainda com o benefício da restrição da exportação de minério de ferro na Indonésia, após uma medida adotada pelo governo do país em janeiro, o níquel subiu 4,2% no segundo mês do ano. Mas os estoques que se mantém muito altos do metal concentrado, do ferro gusa de níquel e também do metal refinado, principalmente nos armazéns da China, impedem uma valorização mais expressiva no níquel. Em doze meses, o metal ainda acumula perda de 12,71%.
O alumínio teve uma valorização mensal de 3,34%, em um movimento de ajuste do mercado. A alta dá algum fôlego para uma indústria que vem sofrendo com a cotação abaixo de US$ 1,8 mil por tonelada há meses. Ainda assim, o preço está 11,95% inferior ao valor de um ano atrás e não estimula a retomada de produção, segundo analistas.
A cotação pressionada do alumínio, somada a altos custos de energia praticados atualmente no país, levaram a indústria brasileira do metal a cortar em quase 10% sua capacidade de produção no ano passado, para perto de 1,3 milhão de toneladas anuais, e a fazer ajustes internos, incluindo a demissão de funcionários e o adiamento de novos projetos.
Para os próximos meses, analistas não veem fundamentos que justifiquem uma trajetória sustentada de alta dos metais. Os dados da indústria da China, que é o maior consumidor global de metais, continuam fracos, bem como indicadores do mercado imobiliário dos Estados Unidos, que também é grande usuário das commodities metálicas. Para este ano, as expectativas são de preços acomodados, sendo que repiques pontuais são esperados a cada notícia positiva da economia chinesa.
O analista Stephen Briggs, do BPN Paribas, especialista nos seis principais metais não ferrosos, estima preços levemente mais altos para alumínio, estanho, níquel e zinco neste ano. Para o cobre, calcula um preço estável, em US$ 7.075 a tonelada. O chumbo é exceção com uma previsão de alta mais expressiva, de 8% em relação aos níveis de hoje, para US$ 2.300 a tonelada.
Os atuais patamares e as projeções de preços das commodities metálicas têm reduzido também os negócios do setor, além dos projetos de produção. Depois de identificar uma forte correlação entre as cotações das commodities metálicas e as fusões aquisições do setor, a PwC estimou, em um estudo recente, uma queda de 5,4% neste ano no valor dessas operações.
O valor total das fusões e aquisições no setor de metais (a consultoria também considera os negócios envolvendo aço) foi de US$ 34,8 bilhões no ano passado, queda de 24% em relação aos US$ 45,8 bilhões de 2012. Para 2014, tomando por base a projeções dos preços para este ano, a estimativa é de US$ 32,9 bilhões em negócios.
Fonte: Valor
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