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A reunião do ministro da Fazenda, Guido Mantega, com 18 representantes de multinacionais e candidatos a monopólios, na quarta-feira (12), em Brasília, foi repudiada por empresários nacionais e trabalhadores. “Esse é um governo que não ouve a pequena e média empresa”, afirmou o presidente-executivo da Abimaq, José Velloso. “Já pedimos, mas a presidente Dilma não nos recebe”, acrescentou.

Segundo Velloso, 23 entidades de classe, que representam 54% do faturamento e 51% da geração de emprego na indústria, pediram audiência com a presidente Dilma, mas até agora nada. O dirigente da Abimaq observou que as empresas convidadas por Mantega são multinacionais, que podem tomar créditos no exterior e importar insumos e componentes, não sofrendo os problemas vividos pelas empresas nacionais.

A Força Sindical, por seu lado, realizou um protesto em frente ao Ministério da Fazenda, onde ocorria a reunião com as múltis. Os sindicalistas fizeram uma sardinhada, com abacaxi de sobremesa. No ato, duas faixas se destacavam. “Mantega dá banquete para os poderosos e o povo fica na sardinha”, dizia uma delas. A outra faixa, com fotos da presidente Dilma Rousseff, do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, tinha a seguinte inscrição: “Jurão e Pibinho, dupla preferida do governo”.

“Ficou clara a diferença de tratamento que o governo dispensa aos trabalhadores e aos empresários”, afirmou o presidente da Força Sindical, Miguel Torres, destacando que nenhuma reivindicação da Pauta Trabalhista foi atendida pelo governo Dilma, como o fim do fator previdenciário e a correção da tabela do Imposto de Renda.

Um dos pontos de discussão na reunião no Ministério da Fazenda foi a Medida Provisória, conhecida como MP das Coligadas, que trata da atuação de empresas no exterior, conhecidas como “Clubinho”, que recebe as benesses do BNDES.

Os empresários que participaram da reunião com Mantega foram: Paulo Godoy (ABDIB), Flávio Machado (Andrade Gutierrez), João Castro Neves (Ambev), Marcos Jank (BRF), Luiz Roberto Ortiz (Camargo Correa), Nelson Salgado (Embraer), Jorge Gerdau (Gerdau), Rubens Ometto Silveira Mello (Grupo Cosan), Ricardo de Queiroz Galvão (Grupo Queiroz Galvão), Eduardo Ferreira (Helibras), Joesley Mendonça Batista (J&F), José Martins (Marco-polo), Leo Pinheiro (OAS), Marcelo Odebrecht (Odebrecht), João Carlos Brega (Whilrpool América Latina), Murilo Ferreira (Vale), Raul Calfat (Votorantim) e Robson Andrade (CNI).