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Siderúrgicas podem rever reajuste se governo zerar alíquota.

Publicada em 2010-06-17



As siderúrgicas poderão ter de voltar atrás nos reajustes de aço plano que começam a ser implantados este mês caso o governo opte por zerar as alíquotas de importação do insumo, segundo representantes do setor de distribuição. "Se a alíquota de importação de aço cair, os aumentos de junho serão inibidos", diz o presidente da Frefer, Christiano da Cunha Freire. Conforme fonte da distribuição, ArcelorMittal deu início a aumentos de 10% a 12% no último dia 10, Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) começou a elevar os preços entre 8% e 10,75% em 14 de junho, e Usiminas fará altas de 3% a 9% a partir do dia 21 para clientes da chamada grande rede - distribuidores, tubos de pequeno diâmetro e construção civil. As siderúrgicas não comentam o assunto.

A Câmara de Comércio Exterior (Camex) deve incluir a questão das alíquotas na pauta de sua reunião de amanhã. Se a alíquota for reduzida, as importações de aço poderão voltar a crescer, pois o prêmio (diferença de preços do aço nos mercados doméstico e internacional) irá aumentar, estimulando a busca do insumo no exterior pelos consumidores. Diante das quedas registradas no preço internacional do aço desde o início de maio, o prêmio da bobina a quente (usada na fabricação de máquinas, equipamentos e veículos) supera 15% atualmente, percentual que justifica os riscos envolvidos na importação. Mesmo sem o imposto, as usinas terão dificuldade de implantar os novos aumentos.

De acordo com o presidente da Frefer, porém, o prêmio está na casa dos 10%. "Ainda não vale a pena importar, devido aos riscos de câmbio e custos com logística", diz. Na avaliação de Freire, os preços do aço no mercado internacional já estão atingindo os valores mínimos, o que incentiva movimento de redução da produção e deve significar retomada das altas no fim do verão europeu. É preciso ponderar, segundo ele, que entre janeiro e o início de maio, o preço internacional do aço subiu mais de 25%, tendo caído 12% desde então.

No mercado doméstico, a elevação média realizada até maio foi de 12%, enquanto a nova rodada terá reajuste médio de 9%. A volatilidade no mercado interno é menor. Mesmo se as alíquotas de importação forem zeradas, o volume de aço trazido do exterior não irá crescer, conforme o presidente da Frefer. Em maio, a importação de laminados planos foi de 312 mil toneladas, ante 355 mil toneladas em abril, 422 mil toneladas em março, 236 mil toneladas em fevereiro e 246 mil toneladas em janeiro. No total, foram importadas 1,572 milhão de toneladas do segmento no acumulado de janeiro a maio, acima das 1,493 milhão de toneladas do ano todo de 2009.


Fonte: Monitor Mercantil