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Baixo desempenho afeta setor de autopeças Brasileiro

Publicada em 2014-09-01



Dados divulgados na quinta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que a economia brasileira recuou 0,6% no segundo trimestre deste ano, em comparação com os três meses anteriores. A indústria como um todo teve queda de 1,5%, mas a produção do setor automobilístico retrocedeu 16,8% no semestre, o que começa a provocar problemas estruturais na cadeia produtiva do setor, com reflexos que começam a ser sentidos no setor de autopeças em Limeira.

Diretor do Ciesp Limeira (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) Jairo Ribeiro Filho explicou que o fraco desempenho do setor automotivo, por sua importância, afeta todos os setores. "O governo está tentando com algumas medidas fomentar o crédito, mas o cenário econômico é de muita desconfiança. Os fornecedores da indústria automobilística também se encontram em retração. As contratações nas empresas estão paradas e se a situação não melhorar a taxa de desemprego pode chegar a 7% a médio prazo", afirmou.

Gerente comercial da Rodabrás Wagner Hansen diz que o momento é de cautela e fala até em demissões. "Produzimos rodas de aço para o segmento agrícola e automotivo, neste caso para o mercado de reposição. Nesses dois setores ainda não tivemos recuo nas vendas, mas o momento econômico requer cautela. Se realmente o mercado retrair, teremos que reajustar o quadro de colaboradores", comentou.

O Jornal de Limeira entrou em contato com outras empresas do setor, mas elas não quiseram se pronunciar sobre a atual situação do mercado econômico. Conforme mostrou o JL, a geração de emprego no primeiro semestre de 2014 em Limeira apresentou o pior índice dos últimos cinco anos, com um saldo de 1.120, segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho. Sem crise Para o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Limeira e Região, José Carlos Pinto, o cenário não é de crise na indústria automobilística. "Crise no setor como ocorreu em 2008 não há, o que existe é uma movimentação patronal no sentido de pressionar o governo para obter mais concessões, como a redução de impostos", explicou. Segundo José Carlos, a disputa eleitoral é outro fator que afetou o processo produtivo das montadoras. "As empresas estão segurando um pouco os investimentos, porque não sabem quem vai presidir o país", afirmou. Ele disse ainda que as demissões feitas pelas empresas instaladas em Limeira, que fornecem peças para as montadoras, aconteceram devido à modernização do processo produtivo e também pela transferência do setor de produção. Metalúrgicos discutem salários As negociações entre os sindicatos dos metalúrgicos e os grupos patronais começaram. A data-base para o acordo coletivo é no dia 1º de setembro.

De acordo com José Carlos Pinto, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Limeira e Região, as negociações estão em pleno desenvolvimento. "As cláusulas sociais estão em pauta, como a redução da jornada de trabalho sem diminuição de salário, licença maternidade e paternidade, auxílio creche", disse. A categoria deve reivindicar um reajuste salarial de 12,98%, além do adicional noturno e piso do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos). "O índice do reajuste salarial pode cair um pouco, vai depender da inflação de agosto", explicou José Carlos. O sindicato ainda não tem previsão do término das discussões. (Carla Pizani)


Fonte: Jornal de Limeira



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