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Bosch faz acordo e denuncia ao Cade cartel no setor de autopeças
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Após fazer um acordo com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) em julho, a multinacional alemã Bosch, do setor de autopeças, denunciou a formação de cartel no fornecimento de velas de ignição para fabricantes de veículos.
Em troca de ter redução na pena, a empresa admitiu acertar preços do componente com a japonesa NGK, também fabricante da peça, revelou o "O Estado de S. Paulo" ontem.
As duas companhias dominam o mercado brasileiro e, segundo a Folha apurou, teriam combinado preços entre 2000 e 2013. O acerto afetou as montadoras ao inibir a concorrência no fornecimento do produto. O reflexo do cartel no preço dos automóveis, contudo, pode ser limitado, admitem fontes próximas ao caso.
A Bosch admite ter feito o acordo, diz que vai colaborar com o processo, mas não comenta detalhes do caso.
A NGK não comenta o acordo "por desconhecer o documento em questão". Em nota, ela diz que atua há 55 anos no Brasil e "sempre respeitou todas as leis" do país, com "conduta regida pela ética e pela legalidade".
Ministério Público Federal e Ministério Público do Estado de São Paulo investigam o caso, em apuração na Superintendência Geral do Cade.
A Bosch se antecipou à rival no Brasil ao delatar o caso. Nos EUA, foi a NGK quem firmou acordo com o governo. A empresa assumiu a culpa no conluio e concordou em pagar US$ 52 milhões, segundo anúncio feito pelo Departamento de Justiça americano em 19 de agosto.
O governo dos EUA decidiu fazer ofensiva no setor automotivo. No total, 28 empresas já confessaram ter participado de acertos de preço para a venda de produtos no setor.
A Folha apurou que as investigações no Brasil não devem ter busca e apreensão, porque a empresa alemã teria fornecido elementos suficientes para a denúncia.
Essa ação da Bosch no Brasil é mais um lance de multinacional alemã que, seguindo a repercussão de casos de cartel no exterior, decide fazer um acordo com o Cade.
No ano passado, a Siemens denunciou um cartel em licitações de trens e metrô no país. O caso ainda não foi julgado. A companhia aérea Lufthansa delatou em 2006 um conluio no transporte de cargas, que resultou na condenação de quatro empresas em agosto de 2013.
Fonte: Folha de São Paulo
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