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Siderúrgicas brasileiras operam com taxa de ociosidade de 32%
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A deterioração dos indicadores da economia brasileira e o esgotamento do modelo de crescimento fundamentado no consumo penalizam o parque siderúrgico nacional, que sofre mais que seus concorrentes ao redor do globo.
A análise é de Alfredo Huallem, presidente da Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração (ABM) e membro do Conselho e do Comitê de Estratégia da Gerdau.
Com uma ociosidade de 32% nos altos-fornos, a siderurgia nacional opera abaixo da média mundial desde 2009, com uma ocupação, em 2014, de 68% da capacidade instalada, contra 77% da média do resto do mundo.
Huallem foi palestrante nessa terça-feira (16) no evento “Redução de Minério de Ferro & Tecnologia Mineral”, promovido pela ABM, com painéis técnicos até esta quinta-feira (18), no Dayrell Hotel e Convenções.
O ambiente econômico adverso, na avaliação dele, se estende para o médio prazo. Pontualmente, o câmbio é apontado como grande vilão, mas medidas estruturantes são necessárias para colocar a indústria do aço em trajetória sustentável de crescimento. “Comparado com nossos concorrentes no setor, como a Turquia, nossa moeda está 22% defasada. Além disso, entramos em um beco sem saída, com um modelo de crescimento via consumo em esgotamento e pouca poupança para investimentos”, afirmou.
A defasagem apontada foi calculada a partir do chamado índice “Big Mac”, que faz o ranking de preço do produto em vários países. Para ter paridade com o concorrente, a taxa de câmbio do Brasil deveria ser, hoje, de R$ 2,71 por dólar, mas oscila em torno de R$ 2,33. A valorização do real torna atrativa a penetração de aço importado, um material que ganha o mercado da indústria nacional.
Entre importações diretas e indiretas de aço, estima-se que ingressarão no país, este ano, 9 milhões de toneladas, equivalente a 25% da capacidade de produção das siderúrgicas locais.
Já a poupança nacional bruta, indicador apontado por ele como origem dos investimentos, é, no Brasil, equivalente a 15% do Produto Interno Bruto (PIB), contra 25% da Rússia, 33% da Índia e 50% da China.
Excedente
O excesso de capacidade de produção de aço no mundo é outro indicador com potencial para minar uma recuperação do setor.
Somente a China tem sobras de 280 milhões de toneladas de aço, e colocará no mercado uma nova capacidade de 69 milhões de toneladas até 2016.
“Na China, o governo é o patrão. Não há preocupação com a rentabilidade do negócio, sendo prioridade a geração de emprego e tributos. São mais de 3 mil usinas”, afirmou o presidente da ABM.
Queda no consumo de aço no país
Enquanto se coloca mais aço no mercado, o consumo do produto cai. Dados do Instituto Aço Brasil (IABr) apontam uma produção brasileira de aço bruto, em agosto, de 2,9 milhões de toneladas, queda de 1,4% em relação ao mesmo mês em 2013.
O consumo aparente de produtos siderúrgicos em agosto foi de 2 milhões de toneladas, totalizando 16,8 milhões de toneladas de janeiro a agosto. Esses volumes representam quedas de 16,6% e 4,9%, respectivamente, em relação aos mesmos períodos de 2013.
Fonte: Hoje em Dia
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