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Setor de Ferro Gusa volta a abafar os altos-fornos em Minas Gerais.
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O parque guseiro em Minas Gerais atravessa novamente um período de crise em virtude da elevação no preço do minério de ferro e da redução das exportações, o que poderá inviabilizar as operações do setor. Três usinas abafaram os altos-fornos no Estado nos últimos dias.
Conforme antecipado pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO, o reajuste nos preços do minério de ferro a partir de 1º de julho poderia provocar nova onda de abafamento de altos-fornos no Estado. O motivo seria a dificuldade dos produtores de gusa em repassar a alta no custo para os clientes.
A situação é alarmante em Divinópolis, região Centro-Oeste do Estado. Já foram realizadas 99 dispensas devido ao abafamento de três altos-fornos em duas empresas, de acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de Divinópolis e região.
De acordo com o diretor da entidade, Luiz Carlos Pereira, a Siderúrgica Valinhos paralisou as atividades há uma semana. Foram dispensados 35 trabalhadores. Já a Siderúrgica Hubiner abafou os dois equipamentos há 20 dias, com 64 demissões.
Conforme Pereira, em reunião com representantes do setor o sindicato foi alertado sobre a possível paralisação de outras empresas na região em virtude do atual cenário.
Em Sete Lagoas (região Central), principal polo guseiro do Estado, a siderúrgica Sicafe Produtos Siderúrgicos Ltda abafou o alto-forno no último dia 4, conforme informações do Sindicato dos Metalúrgicos de Sete Lagoas.
De acordo com o presidente da entidade, Ernane Geraldo Dias, o cenário é preocupante, mas ainda não foram realizadas demissões. "A empresa não deu explicações sobre a paralisação", disse.
Segundo ele, a Sicafe havia retomado as operações entre abril e maio deste ano, após abafar o alto-forno devido à crise financeira global.
Retomada - Já em Itaúna a preocupação é em relação à retomada dos altos-fornos paralisados na região. De acordo com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do município, Hylio Batista de Souza, das sete empresas do segmento na região apenas duas estão em operação.
O presidente do Sindicato da Indústria do Ferro no Estado de Minas Gerais (Sindifer-MG), Paulino Cícero de Vasconcellos, explicou que a alta concedida pelas mineradoras a partir de 1º de julho inviabilizará a continuidade das operações de algumas empresas no Estado.
Ele explicou que os preços do gusa estão abaixo dos praticados no período pré-crise, e a elevação do custo de produção não poderá ser repassado. Atualmente, o gusa de aciaria é comercializado entre R$ 700 e R$ 800 a tonelada.
Spot - As mineradoras adotaram neste ano reajustes trimestrais e abandonaram os contratos anuais de fornecimento do insumo. O novo modelo é baseado no mercadospot (à vista), que é mais sensível às alterações no cenário econômico.
Em 2010, já foram realizadas dois reajustes do minério de ferro. Na primeira alta as mineradoras chegaram a aplicar um aumento de 100% nos contratos.
O cenário de incertezas e preços abaixo da média verificada antes da eclosão da crise financeira global refletem na produção. Atualmente, cerca de 42 dos 106 altos-fornos em Minas Gerais estão fora de operação.
A produção no Estado está em aproximadamente 300 mil toneladas/mês. O volume representa 60% da média histórica do setor em Minas Gerais, sendo 450 mil toneladas/mensais.
Conforme publicado anteriormente, os negócios dos produtores de ferro-gusa em Minas estão sendo sustentados pela demanda interna. O crescimento da produção siderúrgica refletiu na melhora na comparação com o ano passado.
Fonte: Diário do Comércio
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