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CSN vê espaço para altas de preço de aço no mercado interno.
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A CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) vê com otimismo o mercado brasileiro de aço no segundo semestre, com oportunidades de "realinhamento" de preços em alguns segmentos de maior valor agregado.
Isso pode ajudar a empresa até a elevar sua margem de lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda, em inglês), que ficou em 46% no segundo trimestre.
"Temos concentrado nossos esforços no mercado interno... Pode ser que ocorra um ajuste de preços e a tendência de margem é ficar onde está ou até melhorar um pouco no terceiro trimestre", afirmou o vice-presidente financeiro da CSN, Paulo Penido, em teleconferência com analistas nesta quarta-feira.
Na véspera, a CSN divulgou lucro de abril a junho acima do esperado, a R$ 894 milhões.
A CSN elevou seus preços no segundo trimestre em 10% no caso de laminados a quente e a frio e em 12% em produtos zincados, disse o diretor comercial da companhia, Luis Fernando Martinez. Cerca de metade desses reajustes já foi capturada no resultado do segundo trimestre e a expectativa é que o restante seja visto no balanço do atual trimestre.
"Existe ainda alguma possível defasagem em algumas cadeias de valor, e por isso estamos trabalhando pontualmente, cliente a cliente, setor a setor, agora no terceiro trimestre", disse Martinez.
Às 12h56, as ações da CSN recuavam 3,44%, para R$ 29,18, em meio a uma baixa generalizada da Bolsa paulista. O Ibovespa mostrava perda de 1,9%.
Para o JP Morgan, o cenário traçado pela CSN para o mercado brasileiro de aço, apesar de positivo, é marcado por altos níveis de estoques na cadeia distribuidora. "Os desafios persistem na forma de fluxo recorde de importações [de aço], que acreditamos que deverá tornar difícil a implementação de qualquer aumento de preços no segundo semestre", afirmou a corretora em relatório.
Martinez disse que para fazer frente às importações de aço, que no primeiro semestre dispararam 148% em relação ao mesmo período de 2009, segundo dados do IABr (Instituto Aço Brasil), a CSN tem como estratégia oferta de produtos com um conjunto de valor maior.
"Mercado não compra preço, compra valor. Se nos setores industriais a gente já resistiu até agora a esse maremoto de importação, não é agora que vamos sucumbir. Pelo contrário, daqui para o final do ano as cadeias vão ficar muito mais apertadas e mais interessadas em receber produtos de maior valor agregado e com entregas parceladas", disse Martinez.
Atualmente, a CSN trabalha com um nível de preços, no caso de bobinas a quente, 24% a 28% maior que valores internacionais. A diferença é ainda maior nos produtos galvanizados.
Em 20 de julho, a Usiminas, que compete com a CSN em aços para o setor automotivo, anunciou aumentos de preços de até 6% a partir de 1º de agosto, após reajustes de 35% no minério de ferro e de 75% no carvão no início do mês passado.
Casa de Pedra
A aguardada oferta inicial de ações (IPO, em inglês) da unidade mineração da CSN continua em discussão entre a empresa e os sete sócios asiáticos da unidade produtora de minério de ferro Namisa.
O interesse da CSN é conseguir aceitação dos sócios para fundir a Namisa com a mina Casa de Pedra, conseguindo assim um valor maior para a oferta de ações. A expectativa era que a operação ocorresse ainda no primeiro semestre.
"A velocidade da negociação é lenta, mas tem evoluído muito bem, não parou. É um processo que vai demorar um pouco, estamos otimistas que essa negociação [com sócios] chegará a um bom termo. É um processo que demora um pouco, mas isso vai acontecer", disse o diretor financeiro da CSN, evitando prever quando um acordo poderá ser alcançado.
Perguntado sobre a possibilidade de compra de ativos, Penido reforçou que a posição de caixa da CSN, de pouco menos de R$ 10 bilhões no final de junho, é "bastante confortável, o que dá tranquilidade para um eventual movimento de fusão e aquisição".
Fonte: Folha On line
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