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Indústria de máquinas e equipamentos amarga perdas há três anos consecutivos

Publicada em 2016-04-18



A indústria de máquinas está passando por um dos piores momentos de toda a sua história. Há três anos consecutivos o setor registra queda na produção e nas vendas. As perdas entre 2013 e 2015 chegam a 30% e só em fevereiro de 2016 houve uma retração de 25% em relação a igual mês do ano passado. Eu conversei no final da tarde desta quarta-feira (13) com o presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Carlos Pastoriza, e ele me disse que os resultados negativos são consequência da falta de investimentos no País. Ou seja, num clima de incertezas políticas como o que estamos vivendo hoje, os agentes econômicos retraem seus investimentos.

Neste sentido, o presidente da Abimaq, que representa 7.500 indústrias, entende que é preciso dar um choque de esperança na população e que o Brasil vire de uma vez por todas a página da crise política para que a indústria volte a produzir e vender. Só para se ter uma ideia, a queda da produção de máquinas e equipamentos já provocou a demissão de 80 mil funcionários do setor, sendo 8 mil só aqui no Paraná. E sem contar que um número significativo de empresas está em recuperação judicial.

 

Carlos Pastoriza, presidente da Abimaq.Carlos Pastoriza, presidente da Abimaq.

Pastoriza passou dois dias desta semana em Curitiba conversando com empresários locais. O objetivo dessa visita foi conhecer, no chão de fábrica, ideias simples, programas, que contribuam com a melhoria da qualificação profissional e da produtividade, bem como estratégias que levem a soluções criativas para driblar a crise. Na tarde de quarta-feira (13), ele apresentou a empresários paranaenses o planejamento estratégico e as ações da Abimaq visando à retomada do desenvolvimento da indústria.

Eu perguntei ao presidente da Abimaq sobre quais os setores da indústria de máquinas e equipamentos, que mais estão sendo afetados pela crise e ele me disse que são os de máquinas-ferramentas, responsável pela produção de tornos, fresa, plainas e furadeiras, máquinas de equipamentos pesados e máquinas para cimento e mineração. Já o único setor, entre os 30 atendidos pela Abimaq, que está sofrendo menos com a crise, é o de equipamentos para usinas eólicas.

Por último, o presidente da Abimaq embora esteja preocupado com o cenário político e econômico, me disse que é preciso restabelecer a governabilidade do País e que a entidade apoia o trabalho que vem sendo realizado pelo Poder Judiciário, Ministério Público e Polícia Federal.


Fonte: ABIMAQ