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Fiat do Brasil aposta nas exportações para reduzir perda de vendas

Publicada em 2016-07-03



Com retração nas vendas e a perda, pela primeira vez em 12 anos, da liderança no mercado nacional de automóveis e comerciais leves, a Fiat Chrysler Automóveis (FCA), com planta em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), alavancou suas vendas externas. Mesmo assim, o aumento das exportações não é suficiente para compensar as perdas no mercado doméstico.

No acumulado até maio deste ano, a FCA perdeu espaço e fechou o período com 15% de participação no segmento automóveis e comerciais leves, 1,5 ponto percentual a menos que a primeira do ranking, que foi a General Motors (GM), conforme dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

Os dados divulgados pela Fenabrave mostraram que as vendas de automóveis e comerciais leves da Fiat entre janeiro e maio deste ano somaram 118,2 mil veículos contra 200 mil nos mesmos meses de 2015, uma retração de 40,9%. Em outras palavras, em 2016 a FCA vendeu praticamente 82 mil carros a menos do que no ano passado.

Enquanto isso, com base em informações do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, as exportações de automóveis da FCA a partir de Betim, sede da fábrica da montadora que serve de plataforma de exportações, cresceram 195,3%, quase o triplo, em valor, nos primeiros cinco meses deste ano em relação ao mesmo período de 2015.

Nesta comparação, foram US$ 156,2 milhões só em automóveis, em considerar componentes de veículos, como motores, painéis e acessórios, contra US$ 52,8 milhões no mesmo período do ano passado. O principal destino dos embarques foi a Argentina, com 69% de participação, e o México, com 6%, exatamente os mercados que FCA vem atuando com maior força.

Mesmo com o salto nas exportações, a Fiat vem adotando, desde 2014, uma série de medidas, entre férias coletivas e paradas técnicas de produção, para ajustar a produção e estoques à demanda interna. Em 2014, as vendas da montadora já haviam caído 8,5% em relação às de 2013. Em 2015, a redução foi de 37,1% sobre o exercício anterior.

Fornecedores - A montadora tem enfrentado até problemas com fornecedores. No fim de maio, a Fiat chegou a ter sua produção na planta de Betim parada. O problema aconteceu porque a Keiper/Prevent, fabricante de componentes e estruturas metálicas dos bancos dos automóveis, interrompeu o fornecimento dessas peças em função de desavenças em relação ao aumento dos preços dos equipamentos.

Dois dias depois, a Fiat retomou a produção, respaldada por uma decisão judicial que obrigou a Keiper a voltar a fornecer os componentes. As linhas chegaram a ficar todas paradas e, segundo a própria montadora, “a parada foi a maior dos últimos anos”. A Fiat não informou quantos veículos deixaram de ser fabricados durante o período que a linha de produção ficou parada.

Só neste ano, a montadora deu férias coletivas por dez dias para a maior parte dos cerca de 17,5 mil trabalhadores da planta de Betim, a partir de 22 de abril. O período de férias foi o segundo deste ano porque a FCA já havia concedido férias coletivas entre o fim de janeiro e meados de fevereiro. No ano passado, entre paradas técnicas e férias coletivas, foram 111 dias a menos de operação nas linhas da plataforma mineira. 


Fonte: Instituto Aço Brasil



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