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Combate a bactérias dá novo ânimo ao setor de cobre
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A premissa de que o cobre é bom para a saúde pode ser uma oportunidade para os produtores do metal, abatidos com a queda da demanda da China, o principal consumidor mundial.
De amplo uso, desde a fabricação de materiais de construção até fiação elétrica, o cobre também tem propriedades antimicrobianas, que matam 99,9% das bactérias em sua superfície em até duas horas, segundo a Agência de Proteção Ambiental (EPA, da sigla em inglês). Isso o torna uma arma potencial para combater a propagação de infecções em hospitais e áreas públicas.
Mais de 150 unidades de assistência médica em vários países instalaram pias e maçanetas de cobre, entre outras coisas, fabricadas nos Estados Unidos desde 2011, segundo a Associação de Desenvolvimento do Cobre (CDA, da sigla em inglês).
Alguns da indústria esperam que esses produtos abram um novo caminho de crescimento em meio à desaceleração das principais fontes de demanda, apesar de o uso médico do cobre ser relativamente caro e alguns profissionais da área de saúde ainda terem dúvidas sobre sua capacidade de reduzir infecções.
Os preços do cobre caíram mais de 50% desde que superaram US$ 4,60 por libra-peso em 2011, à medida que o crescimento na China, o maior consumidor mundial, desacelerou. Os preços se recuperaram 3% este ano com a redução das preocupações sobre a economia chinesa.
A queda nos preços do cobre nos últimos anos é um fator que está levando mais profissionais de saúde a considerar o uso do metal. Os preços elevados têm sido um obstáculo; instalar cobre em vez de plástico ou aço inoxidável pode elevar os custos em até 50%, segundo a CDA.
A adoção de ligas de cobre em hospital não deve causar um grande impacto no mercado de cobre, de 20 milhões de toneladas, já que o uso hospitalar do cobre tem uma escala menor que a do uso geral da indústria.
Mas o cobre antimicrobiano está gradualmente sendo usado em aplicações variadas também fora da área de saúde, como em transportes públicos, locais de treinamento, domicílios particulares e aeroportos.
“Creches, shoppings, navios de cruzeiro deveriam ser feitos completamente de cobre”, disse Todd Linden, presidente do Centro Médico Regional Grinnell, em Grinnell, no Estado americano de Iowa, que instalou superfícies de cobre.
O cobre mata as bactérias ao drenas os elétrons, que fornecem energia, e inserir íons de cobre nas células, o que as destrói. No aço inoxidável, mais usado na área de saúde, as bactérias sobrevivem por semanas.
As propriedades antimicrobianas do metal são conhecidas desde 2.600 A.C., quando o cobre era usado para esterilizar feridas e água para beber. Mas o mercado para o uso do cobre na área de saúde ganhou um grande impulso após 2008, quando a EPA permitiu que fabricantes comercializassem produtos de cobre como benéficos para a saúde pública.
Os produtores dizem que a aprovação da EPA pode elevar substancialmente o uso do metal em hospitais, especialmente com estudos recentes sobre a eficácia do cobre chamando a atenção de um crescente número de executivos hospitalares.
“Nunca recebemos tantas consultas como agora, principalmente do setor de saúde”, disse Anthony Kulik, diretor do produto de cobre CuVerro, fabricado pela Olin Brass, produtor de cobre que é parte da americana Global Brass & Copper Inc. Embora o CuVerro ainda represente uma pequena parcela dos negócios da Olin Brass, é uma “oportunidade de crescimento para os participantes dessa indústria específica”, disse ele.
Ainda assim, alguns profissionais de saúde não estão convencidos da capacidade do cobre de ter um impacto direto sobre infecções e estão esperando por mais evidências antes de encomendar novos e mais caros componentes. Segundo Louise Dembry, presidente da Sociedade para a Saúde Epidemiológica da América, superfícies de cobre provavelmente não ajudarão a combater a principal causa de contágio por bactérias, que é o contato físico entre as pessoas, pele com pele. Ela disse que o cobre pode até criar uma sensação falsa de segurança, fazendo com que as pessoas deem menos atenção à limpeza e à lavagem das mãos.
Fonte: Wall Street Journal
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