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Com distorção cambial, aço chinês faz a festa no Brasil.
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Este ano, o mercado interno consumirá quantidade inédita de aço: 25 milhões de toneladas. Mas nem por isso o presidente-executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, está soltando foguetes. Há muita preocupação, em razão da distorção cambial que assola o país: "A importação sempre se limitou a uma faixa de 6% a 8% do mercado. Este ano, as importações vão representar 20% de tudo que for consumido de aço no Brasil", esbraveja Mello Lopes, em contato com a coluna. A importação deverá se aproximar de 5 milhões de toneladas.
Esclarece Mello Lopes que o governo brasileiro já reconheceu haver sobrevalorização de 20% no real. Além disso, a moeda chinesa, o iuan, apresenta perda de 40% em relação ao dólar. A mistura desses dois componentes significa uma vantagem aproximada de 70% do aço chinês quando entra no Brasil, segundo o executivo. Acrescenta que muitos estados, preocupados em criar incentivos fiscais para obras importantes, retiram impostos sobre itens importados, o que faz o aço estrangeiro, especialmente o chinês, ser imbatível.
O Brasil deverá produzir, este ano, quase sua capacidade total, que é de 42 milhões de toneladas, e manterá exportações em torno de 10 milhões de toneladas, embora os valores do mercado internacional não estejam muito atraentes. O Instituto Aço Brasil acaba de ganhar um novo associado: a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), dos grupos Thyssenkrupp e Vale, que se destinará exclusivamente a exportações. Em relação aos estaleiros, afirma:
- Os estaleiros consomem chapas grossas. Com 70% de diferencial a favor das usinas chinesas, é simplesmente impossível que as usinas nacionais consigam atender ao mercado, principalmente porque a construção naval goza de isenção nas importações. Não há como mudar a realidade e, no panorama atual, os estaleiros irão comprar 100% do aço que precisam para navios na China - disse Mello Lopes. No caso de plataformas de petróleo, o tipo de aço é diferente e pode até haver chance para os fornecedores brasileiros, principalmente se houver mudança na política cambial.
Fonte: Monitor Mercantil
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