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Siderúrgicas de Sete Lagoas e região paralisam atividades em protesto contra condições de mercado
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“A principal intenção do movimento é mostrar a dificuldade que o setor vem passando com preços abaixo do custo, pouco financiamento e pouco incentivo fiscal. A paralisação de 12 horas demonstra que o setor está se unindo”, resume o proprietário de uma das siderúrgicas à frente do movimento, Willian Reis.
A paralisação durará das 6h às 18h e, durante o período, devem deixar de ser produzidas aproximadamente 2.500 toneladas de ferro gusa (matéria-prima para a produção de aço), o que equivale a R$ 5 milhões, de acordo com o empresário. Ele afirma que, caso não haja uma mudança de cenário no mercado, pode haver demissões no curto prazo. “Entende-se que, a partir do mês que vem, haverá um problemas muito sério em relação às demissões. Na próxima etapa [do movimento], talvez comecemos a discutir sobre quantos dias de produção reduziremos”, diz. Só em Sete Lagoas, ele estima que haja 5.000 pessoas empregadas diretamente na siderurgia.
O movimento ocorre em um momento de excesso de oferta de produção no mercado interno, argumenta Reis. Desde 2022, o aumento da entrada de aço importado no Brasil, especialmente o chinês, que recebe subsídios do governo asiático, pressiona a siderurgia nacional. Com preços mais baixos, ele derruba os valores do mercado brasileiro, por isso tem sido apontado como um dos principais vilões da siderurgia no país.
Nos quatro primeiros meses deste ano, as importações de aço aumentaram 27,5% em comparação ao mesmo período do ano anterior, segundo o Instituto Aço Brasil, que representa as siderúrgicas brasileiras.
Na última semana, o governo federal renovou uma medida que impõe um limite de importações, depois do qual as empresas estrangeiras pagam tarifas mais altas. O setor considera a medida ineficiente, contudo. “O que o governo tem feito tem sido muito frágil”, pontua Reis, um dos participantes da paralisação em Sete Lagoas.
Pressionado pelas importações, o mercado também vive uma transformação no campo das exportações. No último fim de semana, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou que dobrará a taxa de importação de aço no país, que passará para até 50% ainda em junho.
É uma ameaça com dois lados, pondera Reis. Ela pode favorecer as exportações do mercado de ferro gusa, mas prejudicar o mercado nacional de aço. "Acredito que se essas taxas realmente se mantiverem, visto que Trump está mudando todos os dias, o preço do gusa poderá melhorar, devido ao fortalecimento da indústria americana. Mas para o mercado interno, pode ocorrer maior entrada de produtos acabados competindo com nossas aciarias", conclui.
Fonte: otempo.com.br
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