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Siderúrgicas paralizam em MG e empregos estão ameaçados após tarifa anunciada pelos EUA
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O anúncio do governo norte-americano de que poderá aplicar uma tarifa de até 50% sobre produtos brasileiros, entre eles o ferro-gusa, já causa efeitos significativos na indústria de Minas Gerais — mesmo antes de a medida entrar em vigor.
Pelo menos cinco siderúrgicas mineiras iniciaram a suspensão ou redução de suas atividades devido à queda brusca nas encomendas de empresas norte-americanas. O setor, que depende fortemente das exportações para os Estados Unidos, enfrenta agora um cenário de incerteza e instabilidade. A informação foi divulgada pelo jornal O Tempo.

Minas Gerais abriga cerca de 50 usinas de ferro-gusa, responsáveis por empregar diretamente cerca de 10 mil trabalhadores. A cadeia produtiva inclui ainda produtores de carvão vegetal, essencial para o processo siderúrgico, que também devem ser afetados com o recuo nas operações.
Segundo o Sindicato da Indústria do Ferro em Minas Gerais (Sindifer), o estado produziu 3,8 milhões de toneladas de ferro-gusa em 2024. Desse total, 68% foram destinados à exportação — sendo 84% apenas para os Estados Unidos, o maior mercado consumidor do insumo brasileiro.
A retração do mercado já provocou medidas emergenciais. A Fergubel, instalada em Matozinhos (RMBH), colocou 120 dos seus 144 funcionários em férias coletivas a partir desta segunda-feira (28). A paralisação, inicialmente prevista para 15 dias, pode ser prorrogada por mais duas semanas, a depender dos desdobramentos das negociações internacionais.
Em Itabirito, a antiga VDL Siderurgia — hoje Siderúrgica Itabirito — também suspendeu operações. A empresa, que destina 95% da sua produção ao mercado norte-americano, teve todos os contratos com os EUA congelados. Sem demanda externa, a fábrica optou por conceder férias coletivas a cerca de 100 funcionários a partir de 12 de agosto. A direção alerta: a medida visa evitar demissões imediatas, mas não descarta cortes mais severos caso o impasse persista. “Sem compradores, não há produção. Sem produção, não há trabalho”, lamentou a empresa em nota.
Situação semelhante ocorre em Sete Lagoas, onde a Sama Siderurgia desligará o alto-forno nesta quarta-feira (30). Com isso, entre 100 e 120 dos seus 150 empregados serão afastados temporariamente. De acordo com o gerente industrial Thiago Valente Carneiro, um pedido já em fase de produção foi cancelado por uma empresa norte-americana, refletindo a insegurança do setor.
Na tentativa de reverter o cenário, representantes das siderúrgicas se reuniram nesta terça-feira (29) com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), em Brasília. A comitiva também busca um encontro com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, para discutir soluções diplomáticas e estratégias de mitigação dos impactos econômicos.
Empresários afirmam que a tarifa anunciada por Donald Trump tornaria insustentável a continuidade das exportações. “Se o percentual prometido for mesmo aplicado, os custos não poderão ser absorvidos nem pelos importadores americanos, nem pelos exportadores brasileiros”, afirmou um representante do setor.
Apesar da gravidade da situação, até o momento não houve avanços concretos nas negociações entre os governos brasileiro e norte-americano. Enquanto isso, cresce a apreensão nas cidades mineiras cuja economia depende diretamente da produção e exportação de ferro-gusa.
Fonte: Sou Notícia
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