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Preços internacionais do aço devem subir 21% no ano

Publicada em 2011-02-10



A perspectiva de retomada mais forte da atividade econômica mundial, associada a reajustes expressivos nos preços do minério de ferro e do carvão – principais matérias-primas do setor –, impulsionarão as cotações dos produtos siderúrgicos em 2011.

Nossa expectativa é de que os preços das bobinas laminadas a quente no mercado mundial atinjam a média de US$ 751/t no ano, alta de 20,8% frente ao observado em 2010 (US$ 621,9/t), com pico de US$ 830/t em junho (figura 1).

As altas devem se concentrar no primeiro semestre, para quando são esperados aumentos mais pronunciados nos preços das matérias-primas. Já no primeiro trimestre, esperamos alta de 17% nos preços siderúrgicos em relação aos três últimos meses de 2010, refletindo, em grande medida, o repasse dos reajustes dos preços dos insumos verificados ao longo do ano passado e que ainda não haviam sido repassadas pelas siderúrgicas, dado o cenário de demanda relativamente enfraquecida.

A atividade econômica dos países desenvolvidos deve seguir em trajetória de recuperação gradual, a exemplo do observado no ano passado. Após uma alta de 2,9%, o PIB dos Estados Unidos deve apresentar expansão de 2,8% em 2011. Para a União Europeia, esperamos crescimento de 1,1% frente a 2010, quando deve ter havido crescimento de cerca de 1,7%. Vale lembrar que, apesar das taxas de expansão esperadas para este ano serem menores, elas ocorrem sobre uma base de comparação mais  apreciada.

O destaque, mais uma vez, deve ficar por conta dos países emergentes, com destaque para a China – maior produtora e consumidora mundial de aço –, que, apesar das medidas de controle inflacionário, deve apresentar expansão de 9,0% em 2011, após o crescimento de 10,3% observado no ano passado.

Pelo lado da oferta, no entanto, não deve haver grande pressão. Nossa expectativa é de que a produção mundial de aço cresça 9,3% neste ano, com taxas muito similares por parte da China e dos demais países produtores. Em 2010, apesar das restrições energéticas, que resultaram no fechamento de diversas siderúrgicas de menor porte, a produção de aço no país asiático teve  alta de 9,9% em relação ao ano anterior, quando havia sido verificado aumento de 13,7% frente a 2008. Nesse contexto, a China vem ganhando cada vez mais espaço como principal produtora mundial de aço: sua participação no total produzido passou de 31,7% em 2005 para 44,8% no ano passado (figura 2).

Quase a totalidade da produção chinesa é consumida no mercado interno. Em 2010, 96% do total produzido foi consumido internamente. A demanda doméstica, que havia iniciado 2010 em ritmo brando após as altas expressivas verificadas no decorrer de 2009, começou a mostrar alguma reação do último trimestre do ano (figura 3), tendência que deve se manter ao longo deste ano. Os estoques, ainda que em níveis historicamente elevados, representam parcela pouco expressiva em termos  de consumo – em dezembro, eles correspondiam a apenas 14% do consumo mensal do país.

 


Fonte: Tendências Consultoria


Fonte: Tendência Consultoria