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Peças nacionais são apenas 9,5% do carro.
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Com a valorização do real e custos mais elevados da produção nacional, hoje o fornecimento de autopeças fabricadas no País não chega a equivaler a 10% do preço do carro. É a conclusão de estudo feito pelo Sindicato Nacional da Indústria de Componentes Automotores, que demonstra o crescimento da importação no segmento. “As empresas importam cada vez mais”, afirma o presidente do Sindipeças, Paulo Butori.
O dirigente explica que 60% do valor do veículo produzido no País tem de ser de conteúdo local, mas no percentual estão incluídos gastos com pintura e marketing. Além disso, montadoras e seus fornecedores locais (diretos e indiretos) vêm substituindo a produção pela compra de itens estrangeiros. Dessa forma, levando em conta importações em todos os elos da cadeia produtiva, chega-se ao índice de 9,56% de componentes nacionais – tomando como base o valor de venda do carro.
Ainda segundo Butori, é bem menos do que do que no passado, quando a média de nacionalização já foi de 70%. Isso não quer dizer que todos os modelos atualmente tenham esse percentual da ordem de 10%. Isso se verifica, sobretudo, em automóveis de maior valor agregado, que têm mais itens de tecnologia.
E as importações de autopeças, que cresceram 20% neste ano, se transformam em necessidade para as indústrias terem lucro e manterem a competitividade. No entanto, as pequenas fabricantes são o elo mais fraco dessa cadeia produtiva. “A gente não consegue competir com China e Índia. Este ano está bem aquém do ano passado”, diz Ernesto Moniz, da Metalúrgica Moniz, de Ribeirão Pires.
Segundo o empresário, uma montadora já o chamou e disse: ‘Seu preço está 53% mais caro que o do concorrente externo’. Ele afirma que não houve como reduzir o valor para competir. “Não pagava nem minha matéria-prima”. Ele assinala que também passou a trazer componentes do Exterior (por exemplo, forjados e aço) para melhorar seus custos.
Outra indústria, a MRS, de Mauá, já teve de fazer demissões neste ano, por causa da queda nas vendas de autopeças que fabrica. Conta hoje com 200 funcionários, 30 a menos do que no início do ano. O diretor Celso Cestari acrescenta que, além do câmbio desvantajoso, o crédito encareceu. O presidente do Sindipeças se queixa, por sua vez, de custo da mão de obra. “É 30% a 40% mais cara que em outros países”, cita.
Butori projeta que o volume de trabalhadores no setor, que ficou estável nos últimos dois anos, deve começar a cair. Em outros ramos, as perspectivas também não são favoráveis. “As empresas estão substituindo importação e mantendo o quadro, mas em meados do segundo semestre, terá reflexão no emprego”, prevê o assessor da presidência da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, Mario Bernardini.
Leone Farias
Fonte: Diário do Grande ABC
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