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Sinais de recuperação no setor de fundição.
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Ayrton Filletti/ABAL e Devanir Brichesi/Abifa
Depois do forte impacto da crise na demanda de seus produtos, o setor de fundição vê sinais de recuperação, que a Fenaf-Conaf 2009 promete fortalecer.
Depois de um período crítico, com forte redução no seu faturamento, o setor de fundição vai participar da Fenaf-Conaf 2009 num clima de confiança na recuperação da atividade industrial e, consequentemente, da demanda de seus produtos. Segundo o levantamento feito periodicamente pela Associação Brasileira de Fundição (Abifa), o faturamento global do setor teve uma redução de 41,7% no período de janeiro a julho deste ano, em relação ao mesmo período de 2008. “Nos primeiros sete meses de 2009, foram produzidas 1,206 milhão de toneladas, contra 2,067 milhões de toneladas produzidas nesse mesmo período de 2008. O segmento mais afetado foi o de aço fundido, com uma redução de 52,8%, e o menos afetado foi o do alumínio, com queda de 28,3%”, explica o presidente da Abifa, Devanir Brichesi. “Mas a partir de agosto, já estamos vendo alguns sinais de recuperação, e se ela ocorrer dentro de nossas expectativas, acreditamos que nosso setor vai fechar o ano com uma redução entre 25% e 30%.”
Segundo Brichesi, os segmentos de mercado que mais reduziram sua demanda foram os de veículos pesados e bens de capital. “O setor automotivo como um todo corresponde a 53% das vendas do nosso setor, mas a queda ocorreu mesmo no segmento de veículos pesados, como caminhões e máquinas agrícolas, que foram os mais afetados pela crise”, diz o presidente da Abifa. “Outro setor que também reduziu fortemente sua demanda foi o de bens de capital, que praticamente ficou paralisado.”
O pior, porém, parece já ter ficado para trás para o setor, que já detecta sinais de recuperação e vai para a Fenaf-Conaf 2009 com um espírito mais otimista . Quanto às perspectivas para os próximos meses e 2010, Devanir Brichesi confia numa recuperação lenta e gradual. “Os empresários do setor de fundição sempre foram muito cautelosos na tomada de ações, e continuam assim. Nossas expectativas para 2009 já foram um pouco diferentes das de outras entidades, que acreditavam que no final de abril a crise já estaria superada. Para nosso setor isso não fazia muito sentido. Agora, a situação é um pouco diferente. Os estoques já foram reduzidos, hoje nossos clientes estão comprando somente aquilo que vão usar de imediato. Eu vejo então um bom otimismo em relação a 2010, mas não tão bom quanto foram 2008 ou os anos anteriores – vai demorar um pouco mais para atingirmos a demanda de 2008. Esse nível de demanda só será recuperado a partir de 2011”, analisa Brichesi.
Vantagens do alumínio.
O alumínio também estará presente na 14ª edição do Conaf – Congresso de Fundição, através da co-realização da ABAL – Associação Brasileira do Alumínio, devido à sua crescente presença no mercado de peças fundidas. “A fundição de alumínio está evoluindo em função da demanda da indústria automobilística no Brasil. Hoje existem alguns processos em fase de pesquisa, que ainda não foram plenamente adotados pela indústria nacional”, afirma Ayrton Filletti, engenheiro metalurgista, coordenador da Comissão Técnica e do Comitê de Mercado Transportes da ABAL e membro da comissão de avaliação dos trabalhos apresentados ao Conaf. Entre as tecnologias que estão em desenvolvimento, ele cita o Thixoforming, ainda pouco utilizado no país, que permite a produção de peças fundidas de alumínio sem nenhuma porosidade interna, melhorando sua resistência à fadiga.
Segundo Filletti, o alumínio fundido tem ainda um longo caminho pela frente no Brasil até atingir o padrão de utilização observado em outros países, onde a legislação exige um melhor aproveitamento do combustível utilizado pelos veículos. “No Brasil ainda não existe uma legislação que exija uma quilometragem mínima por litro de combustível. Em outros países, ele existe e, para atender essa exigência, as indústrias precisam reduzir o peso dos veículos, utilizando matérias primas mais leves como o alumínio”, explica. “Segundo dados levantados pela ABAL, os carros brasileiros têm, em média, 45 kg de alumínio, enquanto nos outros países, como Japão e Estados Unidos, a média é de 130 kg.”
Troféu Abifa 40 Anos
Uma escultura comemorativa aos 40 anos de atividade da Abifa será entregue a personalidades do setor como parte da agenda social da Fenaf 2009. A peça, criada pelo escultor Osni Branco, está montada sobre uma base de peroba rosa (Aspidosperma polyneuron), madeira que emprestou o seu carvão para a primeira fusão de ferro em todas as Américas, realizada por Dom Affonso Sardinha e seu filho mameluco, o Moço, em 1589, em Araçoiaba da Serra, próxima à cidade de Sorocaba (SP), hoje Fazenda Ipanema.
A escultura Tributo Abifa 40 anos representa um cadinho, símbolo ancestral da fundição, sobre um monte de minério, vazando continuamente metal fundido, sob a proteção de uma torre sustentada por três colunas, representando as três ligas-mãe: ferro, cobre e alumínio. A torre foi desenvolvida a partir da logomarca da Abifa.
Fonte: Revista Siderurgia edição no. 56 de Setembro/2009
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