Notícias

Custo do aço continua em queda.

Publicada em 2010-07-21



O corte de produção de aço pelas siderúrgicas chinesas vai contribuir para frear as quedas de preços do insumo no mercado internacional, mas, no curto prazo, a expectativa é que os valores continuem caindo. No mercado, há quem espere fim das quedas para o terceiro trimestre e quem acredite que os preços só ficarão estáveis ou voltarão a ter trajetória ascendente no quarto trimestre. Semana passada, foram divulgados dados referentes ao crescimento chinês, que confirmaram a desaceleração da economia do país. No segundo trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu 10,3%, abaixo da expansão de 11,9% do primeiro trimestre e da previsão de alta de 10,5%.

"Os dados reforçam que a China está mostrando desaceleração, o que significa menor consumo de aço e de minério e aponta preços com tendência de queda no curto prazo", diz o analista da Socopa Marcelo Varejão. A avaliação do analista da SLW Corretora Pedro Galdi também é de que pode haver novas retrações dos preços internacionais do aço no cenário atual. "A economia mundial não vai crescer com a força que se imaginava antes", afirma.

Além da desaceleração chinesa, os preços das commodities são influenciados também pela crise na Europa, destaca Galdi. Recentemente, o Comitê de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) revisou para baixo a projeção de crescimento do PIB norte-americano e levantou a possibilidade de que os Estados Unidos podem precisar de mais estímulos monetários.

A produção mundial de aço bruto de 66 países que reportam informações à Associação Mundial de Aço (Worldsteel) somou 124 milhões de toneladas métricas em maio, 29,1% acima do mesmo mês de 2009, sendo que a China respondeu por 56,1 milhões de toneladas métricas. Segundo o analista australiano James Wilson, da corretora DJ Carmichael, como existem sinais de excesso de produção de aço bruto na China e o volume produzido tem crescido também nos outros países, "não é surpresa que os preços do insumo estejam caindo".

Na China, já há sinais de redução da produção. Dados do Bureau Nacional de Estatísticas da China, divulgados pela Dow Jones, apontam que em junho a produção de aço do país somou 53,77 milhões de toneladas, 9% acima do mesmo mês do ano passado, mas 4,2% abaixo do volume registrado em maio deste ano. De janeiro a junho, a produção de aço aumentou 21,1% ante o mesmo período de 2009, para 323,17 milhões de toneladas. "Desde maio, o custo de aquisição das matérias-primas minério de ferro e carvão por tonelada aumentou de US$ 160 para US$ 300, enquanto o preço da tonelada da bobina a quente (usada na fabricação de máquinas, equipamentos e veículos) no mercado doméstico chinês caiu US$ 80 desde maio. Há necessidade de corte de produção para ajustar a relação oferta e demanda e as siderúrgicas voltarem a ter lucro", diz o analista da Geração Futuro Rafael Weber.


Fonte: O Dia Online