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Siderúrgicas iniciam uma nova rodada de reajustes
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As siderúrgicas instaladas no país vêm elevando os preços para compensar os aumentos no minério de ferro, principal insumo do setor
As siderúrgicas brasileiras iniciaram nova rodada de aumento no preço do aço plano, apesar do risco de aumento das importações. A Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S/A (Usiminas), por exemplo, anunciou ontem que irá reajustar o produto entre 3,5% e 6% a partir de 1º de agosto.
Para o mercado, os demais grupos - Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e ArcelorMittal Brasil S/A - deverão promover reajustes nas próximas semanas. Apesar disso, o possível novo incremento nas compras externas não deverá dar espaço para correções significativas no restante de 2010.
O segundo aumento neste ano por parte da Usiminas seria motivado pela alta verificada no preço das matériasprimas utilizadas pela companhia. Conforme a empresa, por meio de nota, a medida tem como objetivo compensar parcialmente o novo aumento de seus custos decorrente do reajuste no preço dos principais insumos.
No dia 1º deste mês, o minério de ferro foi reajustado em cerca de 35%, enquanto o carvão metalúrgico sofreu um aumento em torno de 75%, de acordo com informações do grupo siderúrgico. Na nota, a companhia reiterou que as negociações com todos os segmentos consumidores de aço da empresa levam em conta as especificidades de cada cliente. Conforme fontes do mercado, a primeira rodada de reajuste realizado pela Usiminas ocorreu em abril. A alta nos preços ficou entre 10% e 15%.
De acordo com o consultor Otto Andrade, este não deverá ser o único aumento deste ano. Para ele, os demais grupos siderúrgicos também realizarão reajustes no preço do aço. Além disso, segundo Andrade, em novembro as usinas brasileiras deverão elevar novamente os preços. "A expectativa do mercado é alcançar alta entre 11% e 12% até o final deste ano", afirmou.
Já o analista-chefe da SLW Consultora, Pedro Galdi, lembrou que as siderúrgicas estavam se programando para realizar reajustes entre 10% e 15% no primeiro semestre, o que acabou não ocorrendo em virtude da concorrência acirrada com produtos importados no mercado interno.
Conforme o analista, rumores do mercado apontam que a CSN deverá reajustar o aço em 4% no terceiro trimestre e deverá realizar outro aumento de 4% em outubro próximo. Na opinião do especialista, as siderúrgicas não deverão ter muito espaço para reajustes, em virtude dos indicadores do mercado internacional. "Os preços do aço estão em queda", afirmou. Este fator, aliado ao câmbio valorizado e à diferença de 40% em relação aos preços internacionais, poderá resultar em aumento significativo das importações.
Nos primeiros cinco meses de 2010 foi verificado no país incremento de 149,1% na compra de aço no mercado externo. Entre janeiro e maio foram desembarcados 2,312 milhões de toneladas, contra 928 mil toneladas no mesmo intervalo do exercício passado, conforme os últimos dados divulgados pelo Instituto Aço Brasil (IABr).
De janeiro a maio, as importações de aços planos também mantiveram a trajetória ascendente. No período, os desembarques somaram 1,572 milhão de toneladas, frente a 593 mil toneladas em idêntico intervalo de 2009, o que significa alta de 165,1%.
O risco de o aumento no preço do aço pressionar a inflação levou o governo federal a ameaçar reduzir as alíquotas de importação. Em reunião com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, e seu colega da Fazenda, Guido Mantega, representantes do setor siderúrgico conseguiram evitar que a medida entrasse na pauta da Câmara de Comércio Exterior (Camex).
Fonte: Diário do Comércio
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