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A produção sustentável de ferro-gusa a carvão vegetal
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A NBR 16409 de 09/2015 – ferro-gusa a carvão vegetal - Orientações para a produção sustentável fornece diretrizes para a produção sustentável de ferro-gusa a carvão vegetal, contemplando a produção de ferro-gusa propriamente dita e a relação com os fornecedores de carvão vegetal. Aplica-se a qualquer organização responsável pela produção de ferro-gusa a carvão vegetal, independentemente do seu porte.
Em um cenário global, onde a sustentabilidade desponta como um dos principais desafios a serem enfrentados por governos, academia, setores produtivos e a sociedade em geral, a criação e a adoção de normas de produção assumem um papel preponderante na transição para um novo modelo de desenvolvimento. Os aspectos socioambientais são fatores de agregação de valor cada vez mais importantes para investidores e consumidores no momento da tomada de decisões, o que, aliado a estratégias de minimização de riscos e busca de longevidade dos negócios, vem reforçando o maior enfoque das organizações na busca pela sustentabilidade em suas cadeias de valor.
Diversas iniciativas nacionais e internacionais estão sendo desenvolvidas e implantadas com o objetivo de promover diferencial de competitividade na transição para uma economia de menor impacto ambiental. Destacam-se os princípios e diretrizes de investimento responsável, os índices e relatórios de sustentabilidade e os mecanismos preconizados pelos mercados de serviços ambientais.
Importante dizer que o ferro-gusa a carvão vegetal é um produto constituído basicamente por ferro, além de carbono, silício, manganês e traços de outros elementos, obtido pela redução do minério de ferro pelo carvão vegetal no alto-forno. Nesse sentido, o carvão vegetal é identificado como elemento valioso para a construção de uma cadeia sustentável da produção de ferro-gusa, por ser uma fonte renovável de insumo e meio de fixação de carbono, além de participar efetivamente do equilíbrio social e econômico de regiões de grande relevância no país. São de grande importância e relevância as ações das empresas integrantes da cadeia produtiva da siderurgia voltadas à adoção das melhores práticas na utilização e processamento dos insumos, bem como do plantio, manejo e uso racional de florestas.
Assim, com o objetivo de alinhar visão estratégica e oportunidades de criação de valor na cadeia produtiva, foi elaborada esta norma com orientações para a produção sustentável de ferro-gusa a carvão vegetal, esperando que esta venha a contribuir e incentivar a crescente qualificação de todos os elos do processo produtivo. De uma forma geral, o ferro-gusa é uma liga de ferro carbono utilizada como um insumo na produção de aço.
Em usinas integradas, utiliza-se o coque como combustível e redutor para a sua produção. Outra forma de produção e por intermédio de fornos que utilizam o carvão vegetal como substituto funcional do carvão mineral (coque).
A sustentabilidade da produção de carvão vegetal para fabricação de ferro-gusa depende da reposição da madeira utilizada para a fabricação de carvão, oriunda tanto de florestas plantadas quanto de florestas nativas, e isso é um problema ambiental a ser superado. A possibilidade de se utilizar um insumo sem desembolso imediato (florestas tropicais, cerrados e outras madeiras oriundas de matas nativas) acaba por gerar vantagens competitivas insustentáveis ou ilusórias na cadeia produtiva do ferro-gusa, com base em carvão vegetal.
Em países com baixa capacidade de regulação e de monitoramento da conformidade das cadeias produtivas e abundância de florestas, como o Brasil, a questão se agrava. Assim, a produção de carvão vegetal para fabricação de ferro-gusa afeta diretamente a demanda por madeira, contribuindo para o desmatamento e para a degradação de diferentes biomas brasileiros, em particular da Floresta Amazônica, alem da Mata Atlântica, do Pampa no Rio Grande do Sul, do Pantanal e do Cerrado em Minas Gerais.
Tal situação pode ser equacionada mediante o planejamento das condições necessárias para que florestas plantadas possam vir a atender idealmente a totalidade da demanda de madeira para a fabricação desse insumo. Esse planejamento deve ter em seu escopo o período minimo de seis a sete anos – caso a espécie escolhida seja o eucalipto.
A área a ser plantada pelo setor siderúrgico para garantir que todo ferro-gusa fabricado com carvão vegetal não seja oriundo de desmatamentos precisa mais que dobrar em relação aos níveis atuais, num período de dez anos, com efeitos muito relevantes no caso das regiões do Pampa e do Pantanal e menos importantes nas demais. A elevação na produtividade do carvoejamento, de 250 kg/tonelada de madeira para 350 kg a 400 kg/tonelada, poderá reduzir a metade a necessidade de área plantada.
O programa de reflorestamento, embora possa criar condições de sustentabilidade para a produção de carvão e gusa, não garante, infelizmente, o fim dos desmatamentos. Haverá, ainda, a demanda por madeira nativa para outros fins, e a fiscalização e as penas concomitantes deverão ser os fatores de contenção dos crimes contra o meio ambiente.
Para alguns especialistas, toda a indústria siderúrgica brasileira precisa buscar a autossuficiência em carvão vegetal, sendo necessário o plantio de florestas de eucalipto. A siderurgia brasileira produz 35 milhões de toneladas de aço por ano, sendo necessários 2,2 milhões de metros por cúbicos por ano para a indústria não parar o ciclo em sete anos de crescimento do eucalipto.
Confira gratuitamente algumas questões sobre essa norma no Target Genius Respostas Diretas (clique nos links para obter as respostas):
Quais as orientações para a produção de ferro-gusa?
Quais as orientações para a aquisição de carvão vegetal para o produtor de ferro-gusa?
Fonte: target.com
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