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Fundição Tupy corta 300 em Mauá e transfere parte da produção para Joinville
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A Fundição Tupy iniciou nesta semana onda de demissões na fábrica de Mauá, com o objetivo de cortar, ao todo, cerca de 300 funcionários dessa unidade fabril nos próximos dias. Em contato da equipe do Diário, a fabricante informou que realiza nesta semana “o desligamento de alguns funcionários da unidade de Mauá”, e que “esta decisão está relacionada a uma reestruturação com vistas à viabilidade da planta na região”.
A empresa, que já chegou a ter 1.500 empregados em Mauá no início da década, vem gradualmente cortando postos de trabalho na região, para concentrar operações em Joinville (Santa Catarina). Em 2012, quando estava com 1.450, mandou 250 embora, sob a alegação de que a retração do mercado de caminhões vinha exigindo ajustes.
Esse movimento de cortes continuou. Neste ano, contava com 1.000 funcionários, e o cenário no segmento de veículos pesados (caminhões e ônibus) é mais crítico, com queda projetada pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) de 45% no fechamento de 2015 em relação aos números de 2014. Porém, segundo o secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá, Sivaldo Pereira, o Espirro, não foi a crise que levou à reestruturação, já que 60% da produção em Mauá é dedicada à exportação. Ele acrescenta que a avaliação, entre os acionistas, é de que a fábrica da região tem custos mais elevados. Ele cita que, enquanto a média salarial nessa planta é de R$ 2.800, em Joinville gira em torno de R$ 1.800. Além disso, há benefícios que não são praticados na matriz: convênio gratuito e transporte fretado. A logística, ainda, não ajuda: “Sai mais em conta levar as peças e exportar pelo porto catarinense de São Francisco do Sul do que por Santos”, disse.
A eliminação dos 300 empregos, um terço do efetivo da fábrica, será acompanhada do fechamento da área de rebarbação (acabamento final) das peças – blocos de motor – no Grande ABC. “Hoje, parte dessa atividade já era terceirizada, as peças continuarão a ser fundidas aqui, mas vão para Joinville para rebarbar”, afirmou o dirigente. Ele assinalou ainda que os demitidos terão direito a três meses de convênio para funcionários e familiares, e a quatro vale-compras de R$ 1.000. Por sua vez, os cerca de 700 que ficam deverão ter estabilidade por quatro meses.
Porém, com o mercado de trabalho em retração, a situação fica ainda mais delicada. “Eu tenho tendinite e bursite, quem vai querer me contratar?”, disse o operador de empilhadeira Fabiano Bugada, 36 anos, que foi cortado. Ele é casado, tem dois filhos (de 5 e 9 anos) e mora de aluguel.
Fonte: Diário do Grande ABC
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