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Apesar da crise, montadoras Brasileiras sobem preço
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Em nove anos, não se via vendas de caminhões tão fracas no país como em 2015. A produção dos veículos de carga, diante do quadro de recessão e falta de confiança das empresas de transporte em investir na renovação de frota, está caindo ao nível mais baixo num período ainda mais longo: doze anos. Não há perspectiva de que a situação mude drasticamente no ano que vem, mas, mesmo assim, as maiores montadoras de caminhões do país programam ou já promoveram reajustes de 5% a 8% em suas tabelas de preços.
A exemplo da MAN, que já tinha anunciado aumento de 7,5% a partir janeiro, e da Mercedes-Benz, que subiu os preços em 5% neste mês, a Volvo e a Scania informam que também vão "atualizar" os valores de seus produtos. Na Volvo, o reajuste programado para o primeiro dia de 2016 é de 8%. A Scania, por sua vez, não adianta percentuais, mas diz que vai acompanhar a concorrência.
A indústria de caminhões repete o que as montadoras de automóveis têm feito em periodicidade mais curta para repassar a alta dos custos de produção e, assim, aliviar a pressão sobre as margens de rentabilidade. A despeito da recessão mais severa enfrentada pelo setor em quase duas décadas, o preço do carro zero quilômetro, com exceção de junho, vem mês a mês subindo quase ininterruptamente.
Em relação a dezembro, os brasileiros estão, na média, pagando 5,8% a mais para sair com um automóvel novo da concessionária, conforme variação pinçada da cesta de produtos que compõem o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Alguns modelos mostram altas mais expressivas. Entre os populares, a versão básica do Onix, produzido pela General Motors (GM), ficou R$ 6,1 mil mais cara, o equivalente a um aumento de 18,8%.
Já quem quiser comprar o HB20, da Hyundai, terá que desembolsar R$ 3,7 mil a mais, ou um reajuste de quase 10% se comparado ao que se cobrava pelo carro no fim do ano passado.
Nos dois casos, a diferença foi calculada com base em valores divulgados pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), que pesquisa a média dos preços praticados em todo o mercado nacional, já colocando na conta os descontos concedidos pelas revendas se o pagamento for à vista.
Em 12 meses até setembro, o preço médio do carro no Brasil já subiu 6,9% (veja gráficoo). O percentual segue abaixo dos 9,5% do IPCA, mas mostra uma convergência com o índice oficial de preços que não se notava quando as montadoras viviam o ciclo de bonança. Pelo contrário, de 2008 a 2012, último ano de recorde nas vendas, os carros acumularam deflação de 15%, graças, sobretudo, à desoneração do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) que manteve a demanda aquecida em meio à crise internacional.
Entre modelos populares, versão básica do Onix, da GM, ficou R$ 6,1 mil mais cara, com alta de 18,8%
A partir de 2013, o incentivo começou a ser gradualmente retirado e as montadoras não apenas transferiram essa conta ao consumidor, como também ficaram livres para retirar descontos pactuados com o governo enquanto perdurasse o benefício, retirado definitivamente na virada de 2014 para este ano. Desde então, o preço do carro novo subiu 15,7%, em valores acumulados.
Os fabricantes dizem que o objetivo dos aumentos mais recentes é repassar a escalada dos custos de produção, principalmente depois que a valorização do dólar encareceu as importações de peças.
Roberto Cortes, presidente da MAN, que produz os caminhões da marca Volkswagen no sul do Rio de Janeiro, elenca uma série de aumentos que afetou a margem da montadora: 40% a 50% nos preços de insumos importados; 8% a 9% dos produtos siderúrgicos e 60% na fatura de energia elétrica.
Descontados da conta as matériasprimas ou serviços em que a empresa conseguiu renegociar contratos e, sobretudo, o acordo que reduziu salários dos operários da MAN em 10%, Cortes relata um aumento médio de 15% dos custos fabris da empresa neste ano. Com o reajuste de 7,5% marcado para 1º de janeiro, o executivo diz que a ideia é passar metade dessa conta aos clientes. "Se o mercado permitir, nossa necessidade é subir 15%", afirma Cortes, ao não descartar outros reajustes durante 2016.
Fonte: Secco
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