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Brasil - Setor de corte e conformação enfrenta forte queda.
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O setor de corte e conformação de metais, que até poucos anos atrás registrava desempenho melhor que outros da indústria de máquinas no Brasil, vem enfrentando grandes dificuldades em 2015. Algumas empresas registram quedas de até 50% no volume de negócios.
Com um agravante: a maioria das empresas encontra poucas alternativas para contornar a situação, pois muito dependentes do setor automotivo - e que diminuiu a produção em 20,1% nos primeiros nove meses de 2015 (18,6% em veículos, 47,2% em caminhões e 33,1% em ônibus). Outros setores que poderiam contribuir para minimizar a queda, como máquinas agrícolas, máquinas para construção, equipamentos para óleo e gás e de bens de consumo, também estão retraídos.
É o caso da Bener Presses, empresa integrante do Grupo Bener e que distribui no País as prensas da Seyi. “90% dos negócios na área de prensas são feitos com empresas ligadas ao setor automotivo”, informa o gerente Nacional de Vendas Francesco Isola. O gerente observa que 2015 começou bem e até abril registrou um volume razoável de negócios. Desde então, houve uma queda brusca. Em sua avaliação, a retração no faturamento deve ficar em torno de 30% na comparação com o ano passado.
Para Isola, a recuperação do nível de negócios deve ser gradativa a partir do próximo ano. Ele explica: a maioria dos clientes está trabalhando em apenas 1 turno (alguns, inclusive, fecharam as portas). Precisariam, assim, conquistar pedidos para “encher” outros dois turnos para só então pensar em comprar novas máquinas. No entanto, o gerente diz ter sido surpreendido com algumas possibilidades de negócios surgidas durante a Feira de Corte e Conformação, realizada na semana passada em São Paulo.
“O mercado caiu forte”, afirma José Carlos Visetti, presidente da Trumpf do Brasil, fabricante de máquinas de corte a laser, dobra, puncionamento e marcação. “Os segmentos industriais que são os nossos principais clientes estão encolhendo”, diz, referindo-se à indústria automobilística e de máquinas para construção, entre outros.
De acordo com o executivo, pela primeira em muitos anos a filial brasileira fechou um exercício em queda. No ano fiscal, encerrado em junho, a receita ficou 40% abaixo do ano anterior - quando aliás registrou seu recorde de vendas no País. De junho para cá, observa Visetti, os negócios não melhoraram, pelo contrário. “A melhora depende da recuperação da confiança nos caminhos do Brasil”, afirma.
Já a Gasparini Brasil, fabricante de dobradeiras e guilhotinas, estima em 30% a queda nas vendas. “Todos os mercados estão sentindo os reflexos da atual crise. Conosco não poderia ser diferente”, comenta Edilson Hernandes, gerente de Vendas. Na tentativa de buscar alternativas para aumentar a competitividade e enfrentar a concorrência, ele conta que a empresa decidiu, ainda no ano passado, desenvolver uma máquina “mais básica”, de menor custo, a HBS.
Lançada na Feimafe, em maio, a nova dobradeira já teve 10 unidades comercializadas. O número obviamente ainda não atende a expectativa da empresa, mas Hernandes diz que a HBS tem grande potencial e “que foi muito bem recebida pelo mercado”. E a Gasparini vai manter os investimentos em novos desenvolvimentos. No próximo ano deve chegar ao mercado uma dobradeira 100% elétrica (hoje todos os modelos são hidráulicos) “seguindo a tendência de mercado por máquinas mais sustentáveis”.
Fonte: Usinagem Brasil
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