Notícias

Minério de ferro prolongará queda em 2016

Publicada em 2015-10-29



Minério de ferro prolongará queda em 2016 devido ao aumento do excesso de oferta, segundo Moody's.

A queda do minério de ferro vai se aprofundar no ano que vem porque a oferta crescente das maiores produtoras mais do que compensará o enfraquecimento da demanda na China, de acordo com a Moody's Investors Service.

O preço médio por tonelada provavelmente será de US$ 45 no próximo ano e em 2017, disse Carol Cowan, vice-presidente sênior da Moody's em Nova York. Até agora neste ano, a média foi de cerca de US$ 58. O excesso pode aumentar, pois as grandes companhias mineradoras estão impulsionando a produção de baixo custo e a mina de Gina Rinehart em Roy Hill, Austrália, inicia os embarques, disse Cowan em uma entrevista na terça-feira.

O minério de ferro avança para o terceiro ano consecutivo de perdas depois de a Rio Tinto Group, a BHP Billiton Ltd. e a Vale SA terem impulsionado as exportações da Austrália e do Brasil, apostando que os volumes maiores compensariam os preços mais baixos com o fechamento de rivais menos eficientes. A desaceleração na China, onde o maior comprador do mundo se encaminha para a expansão anual mais fraca em 25 anos, exacerbou a queda.

"Continuamos acreditando fundamentalmente que há um excesso de oferta em relação à demanda", disse Cowan em entrevista por telefone. "A demanda está desacelerando devido ao perfil de desaceleração da produção de aço na China, que é um impulsionador vital no mercado de transporte marítimo. Nova oferta continuará chegando, certamente durante este ano e depois em 2016".

Perda mensal

O minério com 62 por cento de conteúdo enviado para Qingdao aumentou 0,9 por cento na terça-feira, para US$ 51,50 por tonelada seca, subindo do valor mais baixo em três meses e terminando com seis dias de declínios, segundo a Metal Bulletin Ltd. Os preços estão a caminho de registrar a primeira perda mensal desde julho, quando tocaram fundo com US$ 44,59, um recorde nos dados diários desde maio de 2009.

"Basicamente, prevemos que o crescimento da produção de aço da China, se não estagnar, cairá novamente em 2016 em relação ao ano anterior", disse Cowan. "Projetamos que o mercado ainda demorará um pouco para se equilibrar, o que, obviamente, pressionará os preços".

Apesar de o Westpac Banking Corp. ter dito neste mês que é provável haver uma queda para menos de US$ 50 por tonelada antes do fim do ano e de o Citigroup Inc. projetar mais perdas em 2016, nem todos estão baixistas. A projeção da Prestige Economics LLC é de que o minério de ferro vai estar entre US$ 58 e US$ 68 no ano que vem porque a China irá cortar ainda mais as taxas de juros. O banco central da China reduziu o custo do crédito na semana passada.

'Atingiu claramente um pico'

A demanda por aço bruto na China caiu 8,7 por cento em setembro em relação a um ano atrás e 5,8 por cento nos primeiros nove meses do ano, disse a Associação de Ferro e Aço da China em um comunicado nesta quarta-feira. As siderúrgicas não deveriam depositar esperanças em uma reativação enorme da demanda porque o consumo "atingiu claramente um pico", disse a associação.

A demanda vacilante e os preços em queda não impedirão os maiores produtores de minério de ferro de se expandirem porque eles têm custos baixos, disse Cowan. Alguns concorrentes menos eficientes na China e em outros lugares também podem tolerar preços mais baixos durante mais tempo porque as moedas dos produtores mais fracos se combinam com preços mais baratos da energia para cortar os custos da mineração, disse ela.

"Isso dá um pouco mais de margem de manobra, se você quiser, para uma parte da produção com custos mais altos que, caso contrário, sairia do mercado", disse Cowan. "Prevemos que as grandes companhias mineradoras certamente não irão reduzir a produção. A questão é se os produtores de minério de ferro da China, que provavelmente têm custos mais altos, diminuirão a produção, quanto e quando". (Bloomberg / Título em inglês: 'Moody's Says Iron Ore to Extend Slump in 2016 as Glut Grows (1)')


Fonte: UOL