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Brasil - Fechamento de áera da Usiminas provocará 4 mil demissões
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O fechamento temporário da Usina Siderúrgica de Cubatão, anunciada na quinta-feira (29) pela Usiminas, provocará ao menos 4 mil demissões. Os cortes atingirão dois mil trabalhadores diretos e dois mil indiretos, embora neste caso os números ainda estejam sendo mensurados.
Além do desemprego, será afetada a economia em cadeia que vai da geração menor de tributos, até rescisões de contratos com prestadores de serviços (desde empreiteiras a empresas de transporte e fornecedoras de alimentos), até serviços de convênios médicos, escolas e o setor de serviços.
A importância da Usiminas em Cubatão (a antiga Cosipa) como empregadora só é equivalente às unidades da Petrobras e às instalações portuárias em Santos e Guarujá.
O comunicado da Usiminas informa que “este ajuste no quadro funcional deverá ocorrer com mais intensidade no início de 2016, acompanhando o cronograma de desligamento dos equipamentos da usina, que deverá ser concluído em três ou quatro meses”.
A Usiminas vai parar os dois fornos (um já estava abafado desde maio) e deixará de produzir aço em Cubatão. Também suspenderá as atividades das sinterizações, coquerias, aciaria e atividades associadas a essas áreas. A unidade passará a concentrar atividades nas áreas de laminação (tiras a frio e tiras a quente) e terminal portuário.
A usina de Cubatão deixará de produzir placas, mas serão mantidas as atividades das linhas de laminação a quente e a frio, bem como as operações relacionadas a seu terminal portuário. A linha de laminação de chapas grossas continuará temporariamente suspensa. Hoje, cerca de 40% do aço bruto produzido pela Usiminas vem dessa unidade.
Temor
Na manhã de quinta-feira, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Baixada Santista, Florêncio Rezende de Sá, e o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil, Montagem e Manutenção Industrial (Sintracomos), Marcos Braz de Oliveira, o Macaé, manifestaram temor pelas demissões. O Sintracomos representa cerca de três mil operários terceirizados de 18 empreiteiras que prestam serviços à fábrica de aço.
As medidas decorrem, segundo a empresa, de problemas do cenário econômico nacional e da queda na produção e venda de produtos siderúrgicos. E foram desencadeados em decorrência do balanço de resultados do terceiro trimestre do ano, que registrou prejuízo líquido de R$ 1,042 bilhão, ante perdas de R$ 24 milhões no mesmo período de 2014.
Ao comentar ontem, em teleconferência, as consequências desse prejuízo, o presidente da Usiminas, Rômel Erwin de Souza, disse que a companhia vem observando uma deterioração do mercado siderúrgico, tendo como pano de fundo o excesso de capacidade produtiva mundialmente. “É uma crise econômica sem precedentes, pois pelo 18º mês consecutivo o setor industrial encolhe”. Como a receita líquida nesse trimestre somou R$ 2,424 bilhões, ele considera que esses números contundentes “exigem de nós, gestores da Usiminas, um posicionamento igualmente contundente, firme e responsável”.
Reação
O fechamento de 4 mil empregos na Usiminas provocou duas reações imediatas no meio sindical: convocação de uma reunião de emergência e desconfiança de que o número de demissões seja ainda maior. Um encontro emergencial na próxima terça-feira (3), à tarde, em Santos, foi proposto pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil (Sintracomos), Marcos Braz de Oliveira, o Macaé. Somente este sindicato representa 3 mil operários terceirizados de 18 empreiteiras que atuam na Usiminas.
Já o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Florêncio Resende de Sá, o Sassá, recebeu os 4 mil cortes com um pé atrás. Para ele, as demissões podem afetar mais gente. “Sobrariam 5 mil trabalhadores lá dentro. E todo esse pessoal faria só laminação e porto? Duvido. Se a Usiminas cortar tudo o que anunciou, serão dispensadas oito mil pessoas”.
Para Antonio Carlos Domingues da Costa, presidente da Associação dos Trabalhadores Aposentados e Pensionistas, Siderúrgicos, Metalúrgicos (Atmas), o quadro é altamente preocupante, agravando o atendimento previdenciário e os planos de saúde de ex-trabalhadores da usina”.
Brasília
As medidas também afetarão a arrecadação tributária de Cubatão, na avaliação da prefeita Marcia Rosa. Ela cobrou do presidente da companhia, Rômel Erwin de Souza, explicações sobre a decisão. E pediu garantias da manutenção dos empregos diretos e terceirizados da siderúrgica.
A prefeita também anunciou que segue para Brasília em busca de apoio do Governo Federal para reverter a decisão. Ela já solicitou uma audiência com o ministro Ricardo Berzoini, titular da Secretaria de Governo da Presidência da República e responsável pela articulação política da presidente Dilma Rousseff. O objetivo é buscar o apoio do Governo Federal, ministros e demais lideranças políticas para reverter a decisão da Usiminas.
Marcia Rosa busca ainda o apoio dos demais prefeitos e deputados da região e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp).
O primeiro vice-diretor do Ciesp-Cubatão, Raul Elias Pinto, disse que a entidade está pronta para ajudar a Usiminas a reverter esse quadro. E concorda com a prefeita: “É momento de todos nos unirmos na região”.
Fonte: A Tribuna
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