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Anfavea vai revisar para baixo estimativas para 2016

Publicada em 2016-05-07



Com uma queda acumulada até abril de 25,8% na produção de automóveis, a entidade que representa as montadoras confirmou ontem que deve revisar, para baixo, as projeções para o ano de 2016 em termos de vendas e produção. Até então, estão valendo as expectativas de estabilidade na produção e de queda de 7,5% nas vendas.

De acordo com o presidente da entidade, Antonio Megale, em coletiva para comentar os resultados do mês de abril, a revisão ainda não foi feita na divulgação dos resultados referentes ao mês de abril, mas deve ser apresentada na próxima coletiva a ser realizada com os dados de maio. "Entendemos que ainda existe uma volatilidade muito grande no cenário político, com reflexo na economia e achamos prudente ter uma análise bastante aprofundada", disse.

Megale demonstrou preocupação com o nível de emprego e informou que as fábricas brasileiras contam com 30% de sua força de trabalho em situação de flexibilização, sendo 6,04 mil trabalhadores em "layoff" (suspensão temporária de contratos) e 29 mil no Programa de Proteção ao Emprego (PPE). Disse ainda que o setor conta com 52% de ociosidade.

Embora o nível de emprego tenha se mantido relativamente estável na passagem de março para abril, a entidade não vê ainda tendência de estabilização. "Temos preocupação com a queda no acumulado do ano, que é expressiva, apesar de todos os esforços que as empresas estão fazendo para manter seus empregos", disse. Megale defendeu ainda a perenização do PPE. "Sabemos que vamos superar essa crise, mas podemos ter outras no futuro".

A produção de veículos teve uma queda de 22,9% no mês de abril, para 169,81 mil unidades. Se comparada a março, a atividade na indústria de veículos mostrou queda de 13,6%.

Por meio de medidas como redução de jornadas de trabalho, fechamento de turnos de produção e afastamento de operários via "layoff", as montadoras estão diminuindo o ritmo das linhas de montagem não apenas porque o mercado segue fraco, mas também porque tentam normalizar o elevado volume de estoques.

Só nas montadoras de carros de passeio e utilitários leves, 163 mil unidades saíram das linhas de montagem no mês passado, 22,9% abaixo do volume de um ano antes. Frente a março, a produção nesse setor caiu 13,8%.

Na indústria de caminhões, o corte na produção foi de 24,3% na comparação anual, num total de 5,2 mil veículos montados. No comparativo mensal, houve queda de 9,2%.

Já as fábricas de ônibus reduziram o ritmo das linhas em 23,1% na comparação com o mesmo período de 2015.

Frente a março, a produção de coletivos encolheu 4,2%. Na disputa por mercado, General Motors, Volkswagen e Fiat continuam na liderança, nesta ordem. A Hyundai, que havia passado a Ford em vendas no acumulado do ano até março, se consolida como quarta colocada no acumulado até abril. A diferença de licenciamentos entre as duas, que era de 1,3 mil automóveis até março, passou a ser de 3,2 mil unidades nos quatro primeiros meses do ano.

 


Fonte: Secco