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Indústria portuguesa da fundição cresce a ritmo anual de 10%
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A indústria portuguesa da fundição cresce a um ritmo anual de 10% desde 2010 e perspetiva mantê-lo pelo menos até 2020, dado o bom desempenho das exportações e o investimento em inovação, disse o presidente da associação setorial.
Em declarações à agência Lusa no âmbito do XVII Congresso Nacional da Fundição - que a Associação Portuguesa de Fundição (APF) organiza quarta e quinta-feira em Matosinhos, no Porto - Filipe Villas-Boas descreveu esta indústria como "basicamente exportadora", ao vender há já cerca de duas décadas perto de 85% da produção de 600 milhões de euros para o exterior, designadamente para a Europa.
"Este setor vive da exportação e o caminho é forçosamente esse, porque não há em Portugal consumidores massivos de peças de fundição", afirmou, destacando a Alemanha e Espanha como os principais destinos das vendas, com uma quota na casa dos 25% cada um.
As restantes vendas distribuem-se por vários outros mercados, sobretudo europeus, já que para fora da Europa o setor canaliza apenas cerca de 5% da sua faturação.
Ainda assim, Filipe Villas-Boas nota que, "em determinados nichos de produtos, as exportações para fora da Europa são uma oportunidade", sendo disto exemplo as torneiras, "produto que tem sido muito apreciado no mercado americano".
Já na área automóvel, que é o principal nicho de mercado do setor da fundição, absorvendo mais de metade da sua produção, a aposta em destinos fora da Europa "é um pouco mais difícil, devido aos custos de logística e de transporte das peças".
No contexto europeu, contudo, a APF diz poder hoje afirmar-se que "todos os automóveis fabricados têm peças com origem na indústria de fundição" portuguesa e que 5% dos 8.000 milhões de euros de componentes para o setor automóvel produzidos em Portugal (6,8 mil milhões dos quais representam exportações) resultam de peças saídas das fundições nacionais.
Nesta área, Filipe Villas-Boas destaca como oportunidade de futuro a capacidade de corresponder à "busca incessante dos fabricantes automóveis por reduzir o peso dos carros, por causa das emissões": "Isto tem levado a uma procura significativa de alternativas de peças para substituir outras que hoje existem nesses carros e a indústria da fundição tem respostas para isto através da sua capacidade, engenharia e 'know how'", afirmou.
Para além do setor automóvel, as fundições nacionais fornecem as indústrias metalomecânica, da construção civil, cerâmica, mineira, elétrica e eletrónica, naval, de máquinas agrícolas e industriais, ferroviária, eólica, aeronáutica e aeroespacial.
Constituída por cerca de meia centena de empresas "já com alguma expressão" e sobretudo concentradas na faixa entre Leiria e Braga, a indústria portuguesa de fundição é responsável por cerca de 4.000 empregos diretos, prevendo reforçar a capacidade empregadora nos próximos anos.
É que, salientou o presidente da APF, o setor tem-se modernizado, concretizando "investimentos avultados seja em ligas ferrosas ou não ferrosas (ditas leves)", e têm vindo a surgir várias novas unidades, quatro das quais nos últimos dois anos, com a consequente criação de novos postos de trabalho.
Adicionalmente, Villas-Boas destaca a componente ambiental "absolutamente fundamental" da indústria da fundição enquanto consumidora, como matérias-primas, de produtos em fim de vida, desde carros para abate a restos de produtos metálicos de caixilharias de habitações ou latas de bebidas.
Com cerca de duas centenas de participantes esperados, o congresso nacional que arranca na quarta-feira propõe-se definir uma "Estratégia para o Setor da Fundição", reunindo empresários, gestores, investigadores e professores universitários ligados às práticas de engenharia, representantes do sistema científico e tecnológico nacional e especialistas nacionais e estrangeiros para analisar o atual "estado de arte" do setor e debater o futuro da atividade.
Fonte: noticiasaominuto.com
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