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Alguns segmentos da indústria já começam a reagir
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Alguns segmentos da indústria já começam a reagir e podem ajudar na recuperação do Produto Interno Bruto (PIB) a partir do próximo ano, avaliam economistas da MacroSector Consultores.
Em evento realizado ontem em São Paulo, o consultor Fábio Silveira ressaltou que a estabilidade do câmbio será fundamental para sustentar a retomada da atividade industrial e, portanto, da economia brasileira.
“Dos 25 segmentos industriais, cinco já vêm mostrando algum respiro, o que não estava acontecendo até o final do ano passado”, disse ele, destacando que a desvalorização do real frente ao dólar permitiu a esses setores obter “alguma recuperação” via exportação ou substituição de importados.
São esses segmentos a indústria alimentícia, de bebidas, madeireira, papel e celulose e farmacêutica. Silveira cita, por exemplo, que, enquanto a produção de alimentos registrou queda de 1% entre os meses de novembro de 2015 e janeiro de 2016 – ante o trimestre de novembro de 2014 e janeiro de 2015 – essa passou a verificar desempenho positivo entre fevereiro e abril de 2016.
Nesse período, a indústria de alimentos registrou crescimento de 4% em relação a igual trimestre de 2015. “Podemos atribuir esse resultado, em primeiro lugar, ao aumento da exportação de alguns alimentos. Em outros casos, essa recuperação está acontecendo por conta da fabricação de produtos com menor preço e qualidade. A renda média da população encolheu muito. Por isso, temos que produzir iogurte, queijo e farinha de trigo por um preço mais barato”, comenta.
Bebidas
A desaceleração da queda da indústria de bebidas também está sendo puxada pelo barateamento da produção. O processo de substituição de mercadorias importadas também está beneficiando o setor.
No trimestre encerrado em janeiro deste ano, o segmento caiu 8% em relação ao trimestre finalizado em janeiro de 2015. Já entre março e abril de 2016, a retração indústria de bebidas perdeu força (-1%) ante iguais meses de 2015.
“A baixa densidade tecnológica do segmento permitiu uma adaptação mais rápida da planta industrial para produzir um produto mais em conta”, acrescenta Silveira.
Já a fabricação de madeira, após ter despencado 9% no trimestre encerrado em janeiro deste ano, entrou em trajetória de estabilidade entre março e abril (0%), proporcionada pelo aumento das exportações.
O setor externo também tem impulsionado o segmento de papel e celulose. Entre novembro de 2015 e janeiro de 2016, a atividade desta indústria ficou estável, mas passou a ter expansão de 3% no trimestre encerrado abril deste ano. No mesmo período, a indústria farmacêutica caiu 6% e cresceu 5%, respectivamente.
Para a MacroSector, esses setores podem ajudar o PIB a ter expansão de 0,5% em 2017. Silveira pondera, por outro lado, que a alavancagem dependerá da estabilidade do câmbio em patamares favoráveis para a indústria (R$ 3,50/R$ 3,60). “Com a indefinição política, o câmbio pode ir tanto para R$ 4,00 como para R$ 3,00, o que é ruim para as tomadas de decisão”, afirma.
Para Antônio Corrêa de Lacerda, também da MacroSector, o Banco Central (BC) precisará fazer operações para impedir que o real se valorize novamente, revertendo o processo de recuperação da indústria. Segundo a consultoria, o PIB deste ano deve registrar retração de 4,2%, projeção maior do que a média das estimativas de mercado (-3,6%).
Fonte: Sicetel
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