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Para BHP Billiton, coque pode ser a estrela das commodities
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Em meio a um mercado abalado por empresas quebradas, fechamento de minas e demissões em massa, o carvão ainda tem pelo menos um grande defensor.
A BHP Billiton, a maior mineradora do mundo, demonstrou ontem otimismo sobre o futuro da demanda mundial por carvão e o papel da empresa como um grande exportador da commodity. Em uma conferência com investidores, a BHP informou que o apetite global por coque, derivado do carvão mineral usado na produção de aço e o carvão térmico, gerador de eletricidade, vai aumentar graças a um crescimento da demanda de economias em desenvolvimento por aço e energia.
“Esperamos que o carvão térmico ocupe um papel central no nosso portfólio de energia da Ásia no futuro próximo, porque é a fonte mais barata e disponível para geração de energia”, disse Mike Henry, diretor das operações de mineração da BHP na Austrália.
A empresa previu que a demanda por carvão térmico vai aumentar entre 10% e 15% até meados da década de 2020 em relação aos níveis de 2015, impulsionada por compras expressivas da Índia e Sudeste Asiático, mesmo que a commodity esteja declinando mundialmente como fonte para a geração de eletricidade. A BHP espera que a demanda por coque também continue robusta, prevendo que a produção de aço na China não atingirá um pico até meados da próxima década.
Mas nem todos no setor concordam.
Os mercados de carvão vêm declinando desde 2011, devido a um excesso de oferta global provocado pela produção de novas minas ou de minas expandidas, que foram planejadas quando os preços estavam em alta. Ao mesmo tempo, o apetite da China, o principal motor da demanda de carvão no século XXI, vem caindo à medida que o governo toma medidas para conter o excesso de capacidade industrial e limpar o ar poluído do país.
Muitas mineradoras, incluindo a Glencore PLC, principal produtora de carvão térmico do mundo, reduziram a produção ou fecharam minas não rentáveis. Outras, incluindo a Peabody Energy Corp., maior mineradora de carvão dos EUA, quebraram.
E os analistas projetam que levará anos para equilibrar o excesso de oferta global. Além disso, o valor do carvão térmico e do coque diminuiu cerca de 60% e 70%, respectivamente, ao longo dos últimos cinco anos.
Mesmo com esse cenário, a BHP afirma que está otimista sobre as perspectivas para o coque, em grande parte por causa do aumento da demanda na Índia, onde as empresas estão investindo bilhões de dólares em novas usinas de aço. Um membro do governo indiano estimou no ano passado que a capacidade de produção de aço do país poderia triplicar até 2025.
“O mundo em desenvolvimento precisa de aço. Aço precisa de coque”, diz Henry. “A dinâmica de curto prazo [do mercado] está camuflando essa perspectiva positiva de longo prazo.”
Fonte: Wall Street Journal
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