Notícias
Setor de autopeças no Brasil demite e reduz a produção em até 50%
Tweet
Com o orçamento apertado, muitas famílias estão deixando de lado a vontade de trocar de carro ou então de comprar um zero quilômetro e, com isso, o setor de autopeças sofre os impactos. Em média, 51% da capacidade produtiva no país está parada, segundo o sindicato dos fabricantes de peças. Essa é a situação de muitas indústrias em São Carlos, Araraquara e Matão, que tiveram que demitir e reduzir a produção.
Com as vendas em baixa, a produção de carros no primeiro semestre foi 21% menor do que no mesmo período do ano passado. Considerando que o processo não é feito por uma única fábrica, os fornecedores foram afetados.
O sindicato dos fabricantes de peças usa o termo "ociosidade da capacidade produtiva", o que significa máquina parada e menos funcionários trabalhando. “Nesse contexto de queda nível de atividade econômica, retração do crédito, aumento de juros e desemprego, o primeiro impacto é reduzir as vendas do setor de autopeças”, explicou o professor do Departamento de Economia da Unesp de Araraquara Paulo Brigante.
Exportação
No caso dos ônibus e caminhões, a produção das montadoras foi ainda menor. Essa é a especialidade de uma fábrica de eixos em Matão, que já teve que demitir a metade dos funcionários e hoje opera com 45% da capacidade. “Nossa empresa tem 52 anos de existência e já passamos por diversas crises, mas nenhuma tão acentuada, prolongada e sem visão como essa”, disse o diretor comercial Manoel Braga.
A saída que ele teve para diminuir o prejuízo, foi aproveitar o dólar alto e focar mais na exportação. “Hoje nós conseguimos recuperar alguns clientes que perdemos em termos de volume de peças e abrindo novas frentes de venda, como a África, para você tentar colocar todo o seu processo de fabricação em utilização”, disse Braga.
Linha branca
Uma fábrica de peças em Araraquara perdeu nos últimos três anos 50% das vendas pra indústria automobilística. A saída para não precisar fechar as portas foi começar a produzir peças para linha branca, o que trás um certo alívio, mas ainda não resolve o problema.
“A fim de evitar a dispensa de mais 20% a 30% de funcionários, nós estamos tentando segurar com a produção da linha branca. Embora seja menos rentável dispensa bastante mão de obra. Para sairmos dessa crise vamos levar de 10 a 15 anos, vai ser um processo lento, dolorido. Perdemos muita tecnologia dispensando funcionários de altíssimo grau de conhecimento”, afirmou o diretor Joaquim Luiz Caratti.
“Mesmo que ocorra uma retomada do crescimento econômico, é quase impossível novos investimentos nesse setor num curto e médio prazo”, ressaltou o professor da Unesp.
Fonte: G1
Tweet
Notícias Relacionadas
- Metalurgia 2025: Executivo do Trust Group destaca tendências do mercado de aço e as oportunidades no comércio internacional
- Criada uma liga metálica leve e flexível para temperaturas extremas
- Congresso Técnico da Intermach aborda Tendências da Inteligência Artificial e Tecnologias de Automação Industrial para a Indústria
- Provável ‘avalanche’ de produtos chineses no mercado global devido à sobretaxa americana preocupa indústria brasileira
- Schulz de Joinville realiza distribuição milionária a colaboradores com base em resultados
- Porto do Açu dispara nas exportações e lucra com guerra comercial entre gigantes
- Brasil desponta como potencial vencedor na guerra comercial de Trump, diz WSJ
- Brasil é o segundo em reservas de terras raras no mundo
- Veja Todas as Notícias