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Produção de veículos será 40% menor do que em 2013
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Há poucos dias, o presidente da Renault para a América Latina, Olivier Murguet, resumiu o sentimento que envolve o brasileiro da classe média e que o mantém afastado de alguns sonhos de consumo. “Com a crise de confiança o consumidor fica com o que tem. Não troca o carro, a televisão ou a geladeira”. A percepção do executivo francês reflete o quadro na indústria automobilística hoje e explica por que, ao contrário do que muitos esperavam nesse setor, as vendas não reagiram em novembro, mês tradicionalmente bom para desovar estoques de carros novos.
A ausência de confiança do consumidor trava toda uma indústria ainda altamente dependente do mercado doméstico. Em torno de 77% dos veículos produzidos no Brasil este ano serão vendidos no próprio país.
A direção da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos (Anfavea) insiste em apontar problemas de abastecimento enfrentados pela Volkswagen ao longo do ano como a causa principal para resultados abaixo do calculado pela entidade em meados do ano.
Mas praticamente todas as marcas chegaram a um mês do término do ano com queda de volumes de vendas. De janeiro a novembro, o mercado encolheu mais de 21%. O segmento de automóveis registrou uma retração de 20,8% no período. Mas o de caminhões ainda sofre mais, com queda de mais de 30%.
A duras penas e graças a um esforço concentrado nos dois últimos meses do ano, a indústria automobilística conseguirá produzir em 2016 um pouco mais de 2 milhões de veículos, o que representará uma queda de pelo menos 11% na comparação com 2015 e de mais de 40% em relação a 2013, o melhor ano dessa indústria.
Apesar do quadro negativo, nos últimos dias surgiu uma nova onda de programas de investimentos no setor. O mais expressivo foi o da MAN Latin America, que levou Andreas Renschler, presidente mundial da divisão de caminhões do grupo Volks, à qual a MAN é vinculada, até Brasília para anunciar ao presidente Michel Temer o plano de investir R$ 1,5 bilhão no período de 2017 a 2021.
A Toyota também ampliou em mais R$ 100 milhões um programa, que agora soma R$ 600 milhões, para expandir a fábrica de motores e nacionalizar o motor do Corolla. Por outro lado, apesar de manter investimentos no país, a divisão de automóveis da Volkswagen reduziu o ritmo. O próximo ciclo quinquenal da montadora alemã prevê R$ 7 bilhões. O anterior foi de R$ 10 bilhões.
Ao contrário da época de euforia, as montadoras não precisam mais investir em expansão da capacidade. Estão, aliás, longe de ocupar a capacidade atual, com 7,4 mil funcionários em sistema de “layoff” ou Programa de Proteção ao Emprego (PPE), que afastam o operário temporariamente do trabalho ou reduzem a jornada. Mas, para a maioria dos dirigentes dessas empresas, um setor que tradicionalmente visa o longo prazo não pode cruzar os braços até a situação melhorar. “Num mercado tão competitivo ninguém pode ficar parado”, afirma o presidente da Anfavea, Antonio Megale.
Fonte: Valor
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