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Cientistas chineses desenvolvem novo método de fabricação de ferro que aumenta a produtividade em 3.600 vezes

Publicada em 2024-12-11



A China acaba de criar uma nova tecnologia que promete transformar a indústria siderúrgica. Após mais de dez anos de pesquisa,, cientistas chineses descobriram um método inovador de fabricação de ferro, que promete acelerar a produção de ferro de alta pureza de uma maneira nunca vista antes.

Após muita pesquisa, os chineses entenderam que em vez de depender dos altos-fornos tradicionais, um processo demorado que pode levar de cinco a seis horas, a nova tecnologia é capaz de reduzir esse tempo.

O método, descrito por Zhang Wenhai e sua equipe em um estudo publicado no jornal Nonferrous Metals, leva apenas de três a seis segundos para produzir ferro, uma velocidade impressionante que representa um aumento de 3.600 vezes em relação ao processo convencional.

O avanço na produção de ferro reduz o tempo de fabricação de ferro de horas para meros segundos. Foto: Zhang Wenhai

O processo funciona de maneira simples e eficiente. Pó de minério de ferro finamente moído é injetado em um forno de temperatura altíssima, resultando em uma “reação química explosiva” que gera um fluxo contínuo de ferro. Esse ferro se forma em gotículas líquidas e vermelhas, que são facilmente acumuladas na base do forno para serem fundidas ou convertidas diretamente em aço.

China pode depender menos da importação de minério de ferro do Brasil

A China, que atualmente depende de minerais de alto rendimento importados de países como Austrália, Brasil e África, pode utilizar recursos de menor rendimento, que são abundantes dentro do território chinês.

Isso não só melhora a eficiência da produção, como também reduz a dependência das importações.

Em 2023, o Brasil exportou aproximadamente 236,9 milhões de toneladas de minério de ferro para a China, representando cerca de 63% do total das exportações brasileiras desse mineral.

No primeiro bimestre de 2024, houve um aumento significativo de 49,1% no volume exportado para o país asiático em comparação com o mesmo período de 2023, impulsionado principalmente por remessas de minério de ferro, petróleo e soja.

A eliminação do uso de carvão, um combustível essencial nos altos-fornos tradicionais, é outro grande ganho.

Com essa nova tecnologia, a indústria siderúrgica chinesa poderia reduzir suas emissões de dióxido de carbono de maneira significativa, ajudando o país a atingir suas ambiciosas metas climáticas.

A revolução no processo de fundição

Uma das inovações dessa tecnologia é o maior lançamento de minério de ferro. Responsável por dispersar partículas de minério de ferro em um ambiente de alta temperatura, o lançamento precisa ser extremamente eficiente para garantir que uma ocorrência química ocorra de forma rápida e controlada.

A equipe de Zhang desenvolveu um lançamento de vórtice capaz de injetar 450 toneladas de minério de ferro por hora.

Com três desses lançamentos, é possível produzir cerca de 7,11 milhões de toneladas de ferro anualmente. E o melhor: esse lançamento já entrou em produção comercial, o que indica que uma nova tecnologia não é apenas promissora, mas também viável para ser inovadora em larga escala.

Fabricação de ferro – O futuro da siderurgia global

A China, líder mundial na produção de aço, vê nessa inovação uma maneira de aumentar ainda mais sua vantagem competitiva, talvez, diminuindo dependência da importação.

O país já supera o restante do mundo em produção de aço, dominando setores como ferrovias de alta velocidade, construção naval e fabricação de automóveis.

Agora, com esse novo processo, a China não só garante um ganho de eficiência, mas também se aproxima de suas metas ambientais, o que pode moldar o futuro da indústria siderúrgica global.


Fonte: clickpetroleoegas.com.br