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Empresas brasileiras recorrem a férias coletivas e paralisações temporárias para minimizar impactos de tarifaço de Trump
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Mudança tarifária anunciada por Donald Trump entra em vigor em 1° agosto, mas indústrias de diferentes setores já sentem os efeitos da taxação.
Empresas brasileiras de diferentes setores que exportam para os Estados Unidos tiveram impactos nas atividades.
O Elton coordenou o último carregamento de minério de ferro antes das férias coletivas. O setor dele na siderúrgica que produz ferro gusa em Matozinhos, na região metropolitana de Belo Horizonte, parou na tarde desta sexta-feira (25).
"Não é um momento muito legal. A gente sai de férias, infelizmente, umas férias meio forçadas, não é umas férias programadas. A gente sai com pesar, com preocupação", diz Elton Silva, supervisor do departamento de carvão.
O serviço de manutenção da fundição vai até domingo (27), quando o forno será paralisado. O operador de sistemas de abastecimento, Carlos Alberto Souza também vai sair de férias, mas não acha que vai conseguir relaxar.
"Quando é uma férias programadas você administra as coisas: posso viajar, posso pescar, posso passear com esposa, com filhos, mas uma férias assim, a gente tem que ficar em casa mesmo aguardando".
Essa é só uma das siderúrgicas de Minas Gerais que estão paralisando a produção de ferro gusa - usado como matéria prima na produção de aço e ferro fundido para a indústria e a construção civil. O motivo é a mudança tarifária anunciada por Donald Trump, que entra em vigor em 1° agosto.
"Hoje a minha produção aqui é 80% exportado para os Estados Unidos e o comprador lá do nosso material nos pegou de surpresa na segunda-feira anunciando a suspensão das entregas. Produzir material para ficar no chão sem ter um comprador não justifica por isso a paralisação", afirma André Ribeiro, empresário e dono de usina.
Férias coletivas e paralisações temporárias têm sido as soluções encontradas pelos empresários brasileiros para enfrentar o "tarifaço de Trump". Uma maneira de se organizar para tentar evitar mais prejuízos.
"Os agentes, eles respondem as informações que tem, né? Por agora o que ele sabe é que vai ter essa tributação na semana que vem essa tributação adicional, o que penaliza o negócio deles. A partir desse primeiro momento, ele está querendo se precaver já é possível observar alguns efeitos ainda que incipientes como, por exemplo ,férias coletivas", pontua João Pedro Revoredo, mestre em economia - UFMG.
O ferro gusa está entre os produtos mais exportados pelo Brasil para os Estados Unidos. Em 2025, até junho, foram mais de US$ 600 milhões.
Em Mato Grosso do Sul, a carne que iria para os Estados Unidos, está sendo direcionada pra outros mercados. Como: China, Sudeste Asiático e Oriente Médio O sindicato que representa os produtores de carne, no estado, informou que a tarifa de 50% do governo americano torna inviável a continuidade das exportações.
Uma empresa, em Santa Catarina, exporta produtos feitos de madeira. São 65 contêineres sendo enviados todos os meses para os Estados Unidos. E pela primeira vez, em 60 anos, decidiu conceder férias coletivas para os colaboradores por tempo indeterminado por falta de comprador.
"A gente está aguardando o posicionamento de ambos os governos. Acredito que deva existir bom senso neste momento para preservar os empregos que possa dar continuidade aos negócios o mais rápido possível", diz João Jairo Canfield - CEO do grupo Ipumirim.
Empresas brasileiras recorrem a férias coletivas e paralisações temporárias para minimizar prejuízos de tarifaço de Trump — Foto: Reprodução/TV Globo
Fonte: G1
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