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Brasil: Abifa otimista quanto à concorrência chinesa e o aumento da produção nacional.

Publicada em 2011-04-26



Em viagem à China, junto com a comissão de empresários brasileiros que acompanharam a presidente Dilma Rousseff em sua primeira viagem internacional de negócios, o presidente da Abifa - Associação Brasileira de Fundição, Devanir Brichesi, pode observar o movimento do concorrente de perto.

A China hoje é uma das maiores exportadoras do setor de automóveis, exportando para o Brasil não mais produtos siderúrgicos para a produção, mas enviando para o País produtos prontos, como peças automotivas, o que preocupa o setor de fundição, responsável pela fabricação de autopeças no mercado nacional. De acordo com o presidente da Abifa, a fundição chinesa está evoluindo a passos largos e em nível dos demais países industriais. ”Hoje a produção industrial deles é 10 vezes maior que a nossa e o número de indústrias é 20 vezes maior”.

Segundo ele, há estudos que mostram que de 2005 a 2010 foram importadas 1 milhão de toneladas de autopeças, enquanto houve uma redução de 10% da exportação dos produtos nacionais. Tirando a indústria de autopeças nacional do cenário exportador para importador.
 “Estamos preocupados com a importação. Antigamente importava-se partes de componentes para que a montagem pudesse ser feita aqui. Hoje se importa o conjunto de direção completo e as empresas brasileiras deixam de comprar conosco”, desabafa.

Conforme afirma Brichesi, a Abifa está em contato com o MDIC - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior para tentar conter a importação de autopeças reduzindo as taxas de câmbio, “pois na condição que estamos não dá pra competir”.

Em paralelo a isso, o setor de fundição tem investido em novos seguimentos: infraestrutura e ferroviário, para o qual já é direcionado 35% do que é produzido pelas fundições. Com o atendimento destes setores, Brichesi acredita que em 2011 haja um aumento de 15% na produção de fundidos. 

Quanto à concorrência com a China, ele é otimista e acredita que em longo prazo a visão chinesa do Brasil como exportador de commodities irá mudar e haverá espaço para a manufatura nacional nos países asiáticos.

Fonte: ABIFA