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Brasil - Setor de ferro gusa se recupera lentamente da crise econômica.

Publicada em 2011-10-04



O ferro gusa é um produto derivado do minério e está inserido em um dos segmentos mais importantes da economia mineira. O Estado é responsável por 60% da produção brasileira, sendo 2,5 milhões de toneladas destinadas ao mercado interno e 3,2 milhões de toneladas para exportação. De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria do Ferro (Sindifer- MG), Fausto Varela Cançado, o setor em Minas vem apresentando crescimento, porém o mercado interno não está funcionando a todo vapor.

 

“Em 2008, apesar da crise, o mercado comportou-se bem. Porém, logo após, houve queda de 12% em relação ao ano anterior, tanto no mercado interno quanto no externo. Em 2009, se comparado a 2007, a queda foi bem maior, chegando a 48,3%. Em 2010, o Brasil praticamente recuperou-se, porém o mercado externo permaneceu em queda. Tudo isso gerou consequências”, explica Fausto. Capacidade de produção o parque industrial mineiro tem, por isso acredita-se que as indústrias que estão com a produção reduzida ou paralisada irão retomar as atividades. Mas o mercado internacional só deve voltar a crescer e atingir os níveis de antes da crise quando as economias que ainda estão afetadas, como a dos Estados Unidos, se recuperarem.
 
No que diz respeito ao comércio exterior, além da queda nas compras, o setor nacional vive outro problema, o do câmbio no Brasil, que até o mês passado estava bastante desfavorável. “Com isso, embora o preço médio em dólar tenha ficado em um bom patamar, quando transformado em real, não cobre os custos. Para valer a pena, o preço tem que ser jogado para o alto. Isso faz com que o produto perca competitividade, principalmente o ferro gusa para aciaria”, ressalta. Para Fausto, o mundo está consumindo menos ferro gusa. Isso vem acontecendo pela influência da crise e de novos “players”, que estão cada vez mais presentes. O presidente diz ainda que a China compete com o Brasil, diretamente quando vende o ferro gusa no mercado externo e indiretamente quando vende aço e produtos manufaturados. Os Estados Unidos continuam com a maior fatia do mercado internacional do produto. Porém, apesar de ter apresentado um pequeno crescimento em 2011, o país ainda está muito aquém da média histórica. Já a Europa, que sempre foi um mercado representativo, sente a crise com mais intensidade. Consequentemente, a recuperação é mais lenta.
 
Quanto ao volume de produção e vendas, estão projetando para o setor um crescimento de 12% em relação a 2010. Segundo Fausto, isso se deve principalmente pela recuperação nas exportações e também em termos de competitividade. Isso se o valor do dólar continuar nesse novo patamar que está apresentando. Mesmo assim, ficará abaixo das médias existentes antes da crise.

Fonte: Edição do Brasil