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Ferro Gusa - Siderurgia em xeque.
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O segmento guseiro de Minas Gerais volta a passar por um período de arrefecimento dos negócios. Se durante grande parte da década passada as exportações respondiam por pelo menos 40% da produção de ferro-gusa no Estado, hoje a situação é completamente diferente.
Pressionado pelo câmbio, que praticamente inviabilizou as vendas externas, e ainda pela farta oferta do produto siderúrgico pelo mundo afora, o mercado interno tem sido o único responsável pela sobrevivência do setor em Minas.
Embora alguns segmentos da economia tenham se recuperado após a crise financeira internacional, iniciada em meados de 2008, os guseiros não conseguiram recuperar a competitividade no mercado externo, em razão da valorização do real e, ainda, do alto preço dos principais insumos: o minério de ferro e o carvão vegetal, que respondem por mais de 80% dos custos de produção.
Só para se ter uma ideia da gravidade da situação, hoje, dos 102 altos-fornos instalados nos polos guseiros do Estado, principalmente Sete Lagoas e Divinópolis, apenas cerca de 70 estão ativados. E o pior: a tendência é de que a situação se complique ainda mais e que outros equipamentos sejam abafados.
Apesar de a maioria das siderúrgicas mineiras operar com grande capacidade ociosa, o aumento da produção não é economicamente vantajoso no momento. Mesmo que, segundo dados do Sindicato da Indústria do Ferro no Estado de Minas Gerais (Sindifer-MG), com relação ao mercado interno a comercialização de ferro-gusa esteja próxima de se igualar aos patamares atingidos no período pré-crise mundial. Durante a turbulência, as vendas domésticas chegaram a despencar 40%.
Antes da crise financeira global, em 2007, o setor registrou forte expansão. Foram comercializadas, somente no mercado interno, 2,5 milhões de toneladas. No ano passado, o volume alcançado foi cerca de 10% inferior. As estimativas para este ano dão conta de que o segmento permanecerá estagnado.
O nó górdio da questão são as exportações, que no ano passado somaram somente 760 mil toneladas, e ainda hoje não estão nem perto de alcançar o volume de 2,3 milhões verificado antes da crise global. Mesmo assim, a venda de ferro-gusa para o mercado internacional neste ano já conseguiu igualar o montante exportado em todo o exercício passado. Neste caso, a previsão de crescimento do Sindifer-MG é de expansão de pelo menos 15% nos embarques deste ano, ante 2010.
Embora os maiores consumidores do ferro-gusa brasileiro sejam a Europa e os Estados Unidos, os principais importadores da mercadoria produzida em Minas são os países asiáticos, cujo mercado é muito volátil, uma vez que a China também extrai minério e se utiliza disso para produzir ferro-gusa quando o preço da mercadoria importada já não é atraente, o que acaba provocando incertezas no futuro do setor em Minas.
Fonte: Diário do Comércio
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