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Peugeot vai investir R$ 1,4 bilhão no Brasil

Publicada em 2010-03-26



O grupo PSA Peugeot Citroën tem como meta dobrar - de 5% para 10% - a soma das participações das duas marcas do grupo no Brasil, a médio prazo. A estratégia passa por aumentar em 50% a capacidade de produção de veículos e de motores no centro de produção de Porto Real (RJ). O plano também considera o lançamento de novos modelos de veículos, como a picape Peugeot Hoggar, prevista para maio. Ontem, o presidente mundial da companhia francesa, Philippe Varin, anunciou que serão investidos R$ 1,4 bilhão para desenvolver as atividades do grupo no mercado brasileiro entre 2010 e 2012.

Varin fez o anúncio ao lado do governador do Rio, Sérgio Cabral, em solenidade no Palácio Laranjeiras, residência oficial do governo do Estado. O presidente da PSA Peugeot Citroën disse que em dez anos a empresa investiu mais de US$ 1 bilhão no Brasil e avaliou que os investimentos programados até 2012 marcam uma nova etapa para o grupo no país. Outro dos objetivos é fazer com que a operação da América Latina, incluindo Brasil e Argentina, volte a ser rentável. "Em 2009, essas operações não foram rentáveis", reconheceu Varin.

Ele disse que a empresa "aprendeu muito" com a implantação da fábrica no Brasil, que começou a produzir veículos em série em 2000. A fábrica de Porto Real tem hoje capacidade de produção de 160 mil veículos por ano, volume que deve chegar a cerca 240 mil unidades em 2012. A fábrica de motores, que tem capacidade de 220 mil unidades por ano, será expandida em 50% e deve atingir capacidade de produção próxima de 330 mil unidades por ano.

"Há três anos decidimos investir em equipes de engenharia, de estilo, para ter pessoas que pudessem compreender as necessidades e expectativas dos clientes brasileiros", afirmou Varin. Com a soma das vendas das marcas Peugeot e Citroën, que compartilham a mesma fábrica, o grupo PSA alcança o quinto lugar entre os fabricantes de veículos no Brasil. A empresa terminou 2009 com a venda de 151,2 mil veículos das duas marcas.

Varin disse que quando se analisa uma zona geográfica, no caso a América Latina, uma participação de mercado de 5%, como ocorre no Brasil, "não é suficiente" (no ano anterior, a soma das fatias das duas marcas chegou a 5,7%). Para o executivo, o ideal seria algo como 10%. Varin não quis fazer previsões sobre o tempo necessário para atingir essa participação. "Os 10% (de participação de mercado) são um objetivo que revela nosso desejo de estar muito presente no mercado brasileiro. Em 2010 temos a intenção de dar um passo significativo à frente", afirmou.

A previsão baseia-se na estratégia da empresa, em termos de aumento da capacidade de produção e lançamento de novos produtos. Além da linha Hoggar, que marca a entrada da Peugeot no segmento de picapes compactas, a Citroën fará lançamento de novo modelo de veículo no segundo semestre. Não há planos para o segmento de carros populares. Hoje a PSA está presente nos segmentos que representam 40% do mercado brasileiro (hatch compactos e sedãs pequenos e médios). O objetivo é aumentar esse percentual para 60%. O potencial de crescimento da empresa apoia-se também na continuidade de expansão do mercado brasileiro.

Varin previu que este ano o mercado automotivo brasileiro vai crescer entre 5% a 10% em relação a 2009. A partir de fevereiro, a fábrica de Porto Real passou a operar em três turnos, o que exigiu a contratação de 700 novos funcionários. No total, o grupo tem cerca de 4,5 mil funcionários no Brasil.

O grupo PSA segue a estratégia dos demais fabricantes de veículos, que reforçam investimentos no Brasil para aproveitar a expansão do mercado doméstico. As empresas europeias, americanas e japonesas que têm fábricas também no Brasil amargam retração nos mercados de origem.

Esta semana, a General Motors anunciou um novo programa de investimentos, também de R$ 1,4 bilhão, voltado a incrementar capacidade e lançar novos veículos em duas fábricas no Estado de São Paulo. (Valor Econômico)

  • Calendário de retirada dos estímulos fiscais será mantido

    • O Estado de S. Paulo

      Para diminuir a pressão sobre a política monetária, o Ministério da Fazenda vai manter o calendário de retirada das desonerações tributárias concedidas a vários setores econômicos para combater os efeitos da crise. De acordo com uma alta fonte da Receita Federal, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, já sinalizou para o Fisco que a economia está bem e que os setores já não precisam mais do benefício fiscal.

      A ata do Comitê de Política Monetária (Copom) de ontem deixou claro que o efeito desacelerador do fim dos estímulos na economia motivou a maioria dos membros do colegiado a manter por mais tempo a taxa Selic em 8,75% ao ano.

      Terminam no fim deste mês a redução de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos com motor a álcool ou flex (bicombustível) e a isenção do tributo para móveis e madeira, além da isenção de Cofins para motocicletas de até 150 cilindradas.

      Esta semana, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, recebeu os dirigentes da Associação Brasileira de Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo). Uma fonte que participou do encontro disse que o setor pediu a prorrogação do benefício para motos. A entidade nega o pedido.

      A fonte da Receita informou, no entanto, que os incentivos para investimento, que foram concedidos via BNDES, devem ser mantidos para dar "gás" ao Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC), que será anunciado na segunda-feira.

      Para o setor automotivo, o governo deve continuar com os estudos para criar uma política de incentivo à produção de veículos com menor emissão de carbono. Mas por causa do ajuste fiscal mais apertado previsto para este ano, a medida não será adotada em 2010.

      A única redução de IPI com chance de ser mantida é a da construção civil, prevista para terminar em 30 de junho deste ano. A redução tem reflexos no programa habitacional Minha Casa Minha Vida, prioridade do governo e uma das bandeiras de campanha da pré-candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff. O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, já afirmou que este incentivo deve ser estendido.

      A retirada parcial das medidas a partir do ano passado já elevou a arrecadação federal em R$ 598 milhões no primeiro bimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, segundo os dados divulgados na semana passada pela Receita. O governo iniciou já em 2009 um aumento gradual das alíquotas de IPI dos automóveis. O imposto estava zerado para modelos 1.0 e subiu para 1,5% em outubro e 3% em novembro. Deveria ir a 5% em dezembro e a 7% em janeiro, mas foi mantido para os modelos flex em 3% até agora. Modelos maiores também tiveram mudanças graduais. O incentivo para o setor de eletrodoméstico terminou em 31 de janeiro de 2010. (O Estado de S. Paulo/Renata veríssimo e Adriana Fernandes)

  • Fonte: Canal Dana