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Brasil - Números que precisam ser melhor analisados.
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Uma vez apurada a maioria dos índices e balanços que medem o crescimento econômico, existem alguns paradoxos que os números por si só não explicam. Deu um lado, temos a economia Brasileira alcançando a 6a. posição mundial pelo valor da produção e, de outro, a dificuldade que o Brasil tem de manter um crescimento de pelo menos 3% do PIB.
No ano passado nossa taxa de crescimento foi menor que a média sul-americana, que inclui economias de países como o Peru, Bolívia e Equador, para não falar de Chile e Argentina, que, com muito menos estardalhaço em marketing do que se pratica por aqui, crescem a taxas maiores e mais confortáveis. E seria covardia comprar Brasil com os outros países que compõem os BRICS, que, mesmo enfrentando a mesma recessão que afeta o resto do Mundo, crescem a taxas que chegam a beirar os 10%. Há portanto algo estranho em nosso desempenho econômico que precisa ser superado.
Todas as obras de aeroportos, estradas, transportes e outras estão atrasadas, ou ainda nem foram iniciadas. Melhor omitir também considerações sobre saúde, educação e segurança. Neste contexto, os empresários se juntaram aos trabalhadores e iniciaram a divulgação de manifestos através da imprensa e, segundo a programação definida, irão em breve às ruas para protestar contra aquilo que se passou a chamar de "guerra fiscal", que, segundo o manifesto, transfere empregos do Brasil para os países que exportam para cá.
Está no cerne desse movimento à chamada desindustrialização brasileira, que, segundo alguns especialistas, é um processo alarmante. A balança comercial vem apresentando sucessivos déficits e, quando isso não ocorre, é porque o Brasil exportou mais minério de ferro ou mais commodities agrícolas, como café ou soja a granel, que estão longe de ser produtos industrializados ou com valor agregado. E no campo das relações internacionais, até funcionários de segundo escalão de entidades mundiais já se acham no direito de ofender de forma deselegante nosso país.
Há cerca de duas semanas, nossa presidente participou de uma feira de tecnologia na Alemanha e, na ocasião, soube-se que aquele país, que provavelmente ostenta o maior índice de desenvolvimento tecnológico mundial, destina mais de 12% do seu PIB a projetos de tecnologia e inovação. Já no Brasil, este número é de 1,23% do PIB.
O problema é que o choque de gestão que foi mencionado no início do atual mandato presidencial ainda não aconteceu e a pergunta é se realmente vai acontecer. A iniciativa privada tem feito a sua parte, pois nos dois primeiros meses deste ano, foram batidos os recordes de arrecadação de impostos. Cabe perguntar: qual será a contrapartida para tanta arrecadação? Isso é algo que ainda precisa ser conferido.
Henrique Isliker Pátia
Editor Responsável pela Revista Siderurgia Brasil.
Fonte: Revista Siderurgia Brasil
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