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Demanda baixa e crédito afetam setor de ferro-gusa
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O setor de ferro-gusa - insumo para as siderúrgicas de forno elétrico e alto-forno - foi um dos que mais sofreram em 2009 com a crise financeira global, afirmou Luiz Guilherme Monteiro, diretor financeiro da Companhia Siderúrgica do Pará (Cosipar), maior produtora e exportadora de gusa do país, com sede em Marabá.
Segundo ele, as 80 empresas do setor, espalhadas pelo Sul, Sudeste e Norte do Brasil, por falta de demanda das usinas de aço no país e no exterior e sem linhas de crédito à exportação disponíveis, passaram a operar em 2009 com 20% da capacidade instalada, de 10 milhões de toneladas. O impacto da recessão global reduziu as exportações de gusa para 2,8 milhões de toneladas no ano passado, ante uma média histórica de 6 milhões de toneladas anuais.
"A Cosipar ficou desde março do ano passado sem capital de giro, tendo de paralisar a Usipar, sua unidade recém-inaugurada de Barcarena e colocar a empresa de Marabá a operar em meia carga", disse Monteiro. Este ano, a empresa voltou a conversar com seus parceiros da área financeira sobre crédito e retomada da produção.
O plano da Cosipar para driblar a crise era definir com os bancos uma data para retomar as linhas de crédito para exportação para reativar a unidade de Barcarena, com capacidade inicial de produção anual de 200 mil toneladas de gusa, que poderia dobrar para 400 mil toneladas com a instalação de um segundo alto-forno e uma linha de sinterização. Mas não foi possível concretizar os planos no ano passado.
Este ano, a liquidez ainda é escassa para o grupo Cosipar e outros guseiros. O BNDES não é alternativa de para o setor, pois não dispõe de linha de capital de giro para commodities. A Cosipar vem trabalhando com seus parceiros financeiros Itaú e Banco Real. "Estamos hoje totalmente voltados para a retomada da capacidade de produção de nossas duas plantas - Cosipar e Usipar -, que sozinhas podem produzir até 900 mil toneladas anuais (a produção atual das empresas é de 400 mil toneladas). Só depois disso podemos pensar em expansão", disse Monteiro.
Ele está otimista com a recuperação do mercado de gusa, cujos preços já saltaram de US$ 300 para US$ 530 a tonelada no mercado americano no primeiro trimestre. Isso poderá dar margem para os guseiros bancarem a alta de 108% no preço da tonelada de minério de ferro que compram da Vale.
Com informações Valor Econômico
Fonte: Net Marinha
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