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Brasil - Após medidas do Governo, montadoras aumentam ritmo de produção.
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Pouco mais de um mês após as medidas do governo de incentivo ao setor automotivo e com uma alta de quase 25% nas vendas de carros e comerciais leves em junho, ante maio, as montadoras retomaram o ritmo forte de produção de veículos no País.
As três maiores companhias - Fiat, General Motors e Volkswagen - anunciaram medidas que refletem a retomada na produção, como a suspensão de férias coletivas, a ampliação de jornada e ainda o início de novos turnos de operação para alguns modelos.
Na maior fábrica do mundo da Fiat, com 18 mil empregados, em Betim (MG), a montadora chegou a comunicar, em maio, férias coletivas para 3 mil metalúrgicos por conta da redução na produção e dos altos estoques. No entanto, segundo João Alves, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim, "a produção da montadora retomou o nível de 3.200 veículos por dia, contra menos de 3 mil antes das medidas".
Além da suspensão das férias coletivas, a Fiat chamou operários para trabalharem aos sábados, com o pagamento de horas extras por um período de oito horas e meia.
"Normalmente, os metalúrgicos da unidade já ficam pouco mais de 40 minutos por dia entre segunda-feira e sexta-feira para não trabalharem no sábado", explicou Alves. "Mas, agora, com a convocação para trabalharem aos sábados, está ficando até ruim, porque a jornada de saiu de 44 horas para mais de 52 horas por semana", completou o sindicalista.
Para cumprir o acordo trabalhista, a unidade da Volkswagen de Taubaté (SP) iniciou nesta segunda-feira, por 15 dias, um novo Programa de Demissão Voluntária (PDV), que nem mesmo os sindicalistas imaginam que resultará em cortes.
"É uma medida meramente para cumprir o acordado, porque o ritmo de produção está forte na unidade", disse Cláudio Batista, secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté.
Segundo ele, assim que as medidas do governo foram anunciadas, em maio, a montadora retomou os turnos de trabalho em sábados alternados dos 5.700 metalúrgicos.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a unidade de São Bernardo do Campo da Volkswagen, também retomou o ritmo normal, com a jornada de cinco dias por semana, que havia sido reduzida para quatro dias.
Negociações da GM
Em São José dos Campos, a demanda criada pelo lançamento da Nova S10 obrigou a General Motors do Brasil a ampliar de dois para três o número de turnos na linha de produção do modelo. A medida evitou a demissão de empregados no setor de montagem do Corsa, Classic, Zafira e Meriva. Essa linha teve um turno de trabalho reduzido, por conta na queda da demanda dos modelos, os quais podem sair de linha, substituídos por outros lançamentos da montadora.
Segundo Luiz Moan, diretor de assuntos institucionais da GM, a empresa, assim como o setor, deve divulgar o melhor junho da história no País, na quinta-feira (05), quando as montadoras apresentarão os resultados do mês passado. "Assim como na linha de produção da Nova S10, as unidades da GM em São Caetano do Sul (SP) e em Gravataí (RS) estão com a produção a todo vapor, com três turnos e jornadas aos sábados", afirmou Moan.
O executivo atribuiu o aumento da jornada nas duas outras unidades "aos insucessos nas negociações" com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos para a produção de novos modelos na cidade paulista. "A última negociação com sucesso foi em junho de 2008, justamente para a produção da Nova S10. De lá para cá, foram três negociações, com a sugestão, por exemplo, da criação de um banco de horas, que não foram aceitas", concluiu Moan.
Na sexta-feira (29), após uma reunião para avaliar o segundo PDV na linha de produção de São José dos Campos, montadora e metalúrgicos acordaram que haverá uma avaliação de mercado dos modelos fabricados no setor nas próximas três semanas e que uma nova discussão ocorrerá entre 23 e 28 de julho. "Falar em demissões é pura interpretação do sindicato", concluiu Moan.
Já Antônio Ferreira de Barros, o Macapá, presidente do sindicato local, mantém as críticas à montadora. "A empresa vai demitir e ainda está pressionando o trabalhador a aderir ao PDV, o que contraria o acordo com o governo para receber os incentivos", disse. "São 1.500 empregados ameaçados", concluiu.
Fonte: Agência Estado
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